O mês de outubro é conhecido internacionalmente como o “Outubro Rosa”, um período dedicado à conscientização e prevenção do câncer de mama. No ano passado o INCA (Instituto Nacional de Câncer) estimou 66.280 casos novos de câncer de mama no Brasil, dado importante para nos darmos conta da magnitude da doença no país.
Roberta Ferreira, mulher, mãe, residente de Cotia, em São Paulo, é uma inspiração corajosa para quem luta contra o câncer de mama. Sua batalha começou em 2019, quando descobriu um caroço em seu seio. A descoberta veio de forma inesperada, quando sua mãe suspeitou de um câncer em seus próprios exames, e pediu que a filha também investigasse a si mesma.
“E então entrei em uma batalha que eu não queria travar. As pessoas me veem como guerreira, mas isso a gente só é quando escolhe nossa batalha, escolhe pelo que lutar. Nesse caso, eu fui obrigada”, reflete Roberta sobre sua experiência.
A primeira cirurgia de Roberta, que inicialmente deveria durar apenas 20 minutos, se estendeu por uma hora, uma vez que não foi possível remover todo o nódulo para a biópsia inicial. E no dia 28 de março de 2022 confirmaram o diagnóstico de câncer de mama. A partir desse momento, Roberta deu início ao seu tratamento na Santa Casa de São Paulo.
“Fiz uma cirurgia bilateral para tirar o tumor, depois um esvaziamento axilar onde removeram 15 linfonodos”, relata Roberta, sobre as etapas iniciais de seu tratamento. Sua jornada continuou com sessões de quimioterapia e radioterapia, além de medicamentos como tamoxifeno e injeções de zoladex, que se tornaram essenciais em seu tratamento.
Ao abordar a questão do acesso aos exames preventivos, Roberta destaca as lacunas no sistema de saúde pública, relembrando sua própria tentativa de realizar a mamografia em 2020, quando foi impedida devido a sua idade, menor de 40 anos e sem histórico familiar de câncer.
“Nunca olhei para trás e perguntei a Deus, ‘por que comigo?’ Coloquei na minha cabeça que tinha que ser comigo, não conseguia imaginar esse sofrimento para mais ninguém”, afirma Roberta, enfatizando sua resiliência diante dos desafios.
A experiência de Roberta destaca a importância do autocuidado e da conscientização, ressaltando que hoje, quando percebe qualquer mudança em seu corpo, ela busca ajuda médica imediatamente.
“Aprendi a ser menos egoísta, a pensar no próximo”, compartilha Roberta, enfatizando o papel crucial da rede de apoio durante sua jornada. Com gratidão, ela reconhece o suporte inabalável de sua família e amigos, que a ajudaram a enfrentar os desafios físicos e emocionais do tratamento.
Outra jornada que nos inspira é a da atriz Patrícia Pillar, que em dezembro de 2001 descobriu, por meio de um autoexame, um nódulo que logo foi diagnosticado como um tumor maligno em estágio inicial. Com o tratamento adequado, o tumor foi removido e Patrícia passou por sessões de quimioterapia como medida preventiva para reduzir as chances de reincidência da doença.
Em uma entrevista, ela compartilhou sua experiência, destacando a importância de enfrentar o sofrimento com coragem e de encarar a vida com serenidade, mesmo em meio às adversidades. Patrícia optou por não esconder sua luta, vendo a divulgação como uma forma de libertação pessoal. Ela também ressaltou as dificuldades enfrentadas durante o tratamento, incluindo a perda de cabelo e os desafios da quimioterapia. Dor que Roberta também comenta que só superou com o apoio de seu marido, que com palavras de afirmação fazia com que se sentisse melhor.
SERVIÇO
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) informa que a mamografia é considerada o método mais eficaz para a detecção do câncer de mama e é oferecida tanto nos Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs), quanto em alguns hospitais da rede estadual, em apoio às Unidades Básicas de Saúde (UBSs), geridas pelos municípios, onde a paciente pode ser encaminhada ao serviço estadual ou municipal, conforme avaliação médica.
A pasta também possui um telefone gratuito, 0800-779-0000, para agendamento de mamografias em unidades de saúde do SUS participantes do Programa Mulheres de Peito.
Por meio do programa Mulheres de Peito, a SES-SP disponibiliza as Carretas da Mamografia, um serviço itinerante que oferece os exames gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para mulheres de 50 a 69 anos sem necessidade de pedido médico ou agendamento. Já mulheres com idade entre 35 e 49 anos e acima de 70 anos também podem realizar o exame, desde que apresentem solicitação médica, RG e Cartão Nacional de Saúde, popularmente conhecido como cartão do SUS. Os exames são realizados de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e, aos sábados, das 8h às 12h, exceto feriados.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.
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