Cris Arcangeli redefine o setor da beleza e faz da ‘antifragilidade’ sua estratégia

Pioneira em produtos naturais e nutricosméticos, ela defende que o sucesso nasce da adaptação às mudanças

Leonardo Monteiro/CDI
Foto: Leonardo Monteiro/CDI

Criadora da Phytoervas, primeira marca de shampoos naturais do Brasil, Cris Arcangeli mudou a lógica da indústria ao unir ciência e natureza quando o mercado ainda não falava em sustentabilidade. Da marca que apresentou o conceito de produtos sem sal ao Phytoervas Fashion, evento pioneiro que revelou as marcas de Alexandre Herchcovitch e Fause Haten, sua trajetória combina visão estética e estratégia empresarial. “A gente nunca sabe o timing de uma inovação. Você observa o que as pessoas precisam, cria o produto e depois descobre se o mercado está pronto”, diz.

Anos depois da fundação da Phytoervas, ela voltaria a antecipar tendências com a Beauty’In, marca que inaugurou a categoria de nutricosméticos ao unir colágeno, vitaminas e alimentos em uma mesma fórmula. A empresária é reconhecida por sua capacidade de criar produtos que educam o consumidor e por se focar no conceito de wellness, muito em voga na atualidade. “No início diziam que eu estava louca. Hoje esse mercado movimenta bilhões de dólares”, afirma. Ela também utiliza do conceito de “antifragilidade” em sua gestão, que é a capacidade de crescer e se fortalecer diante da incerteza e do caos, transformando instabilidade em aprendizado e evolução.

À frente de novas apostas e ex-investidora no programa Shark Tank Brasil, Cris direciona seu olhar para negócios criados por mulheres. “Invisto apenas em empresas fundadas por mulheres. O melhor sócio é o estratégico, aquele que ajuda a escalar o negócio sem sufocar quem cria”, diz. Para ela, empreender é um ato de autonomia que pode ser um elemento de emancipação feminina. “A mulher precisa ter independência financeira para ser livre e fazer suas escolhas. Empreender liberta”, diz em entrevista ao IstoÉ Mulher + Fructus Entrevista.

Futurista e estudiosa da longevidade, ela acredita que a combinação entre tecnologia e autocuidado vai redefinir o conceito de envelhecimento. “A gente precisa viver mais e melhor. A prevenção vai substituir o tratamento, e quem não entender essa mudança vai ficar para trás”, observa. Entre ciclos de criação e reinvenção, Cris resume o que aprendeu em décadas de inovação: “Fácil nunca é. O segredo é ter constância, autorresponsabilidade e entender que a vida é feita de altos e baixos. É assim que a gente cresce mesmo no caos”, diz. Confira o papo na íntegra: