O ano de 2023 mostrou para a humanidade os efeitos do aquecimento climático. As temperaturas bateram recordes de elevação e o ano novo já acena desastres climáticos extremos, em todo mundo. A impressão que se tem é de que tudo está fora de controle. Nem as cartas do Tarô aparentemente podem dar conta dessa imprevisibilidade da natureza…
O aquecimento global refere-se ao aumento elevado da temperatura média da Terra. Muitos estudiosos acreditam que esse fenômeno se agravou em razão das atividades humanas. A poluição do ar por meio de queimadas, do intenso uso de transportes e do aumento da produção no setor industrial também é associado ao aquecimento global. As principais consequências desse fenômeno são o derretimento das calotas polares, o aumento do nível dos oceanos, a diminuição dos recursos hídricos e diversas anomalias climáticas, como El Niño e furacões.
O El Niño acaba favorecendo a formação de ondas de calor a exemplo do que está acontecendo na América do Sul, deixando o sul do continente mais quente na Argentina, no Uruguai, no sul do Brasil, parte do Paraguai, e no Chile, onde recentemente ocorreram incêndios devastadores.
Observa-se agora também uma onda de calor, que está sobre a Argentina e se aproxima de algumas regiões mais ao sul do Brasil. Causada por um fenômeno denominado “domo de calor”, essa onda deve provocar temperaturas ainda mais elevadas, nesse início de fevereiro. A expressão “domo de calor” vem do inglês “heat dome”. Baseado uma tradução livre, o fenômeno pode ser também chamado de “cúpula de calor”.
Um estudo recente publicado pela BBC Future registrou que cerca de 95% da superfície da Terra (excetuando-se a Antártica) já apresenta marcas significativas da atividade humana, dos quais 16% foram intensamente modificados, ou seja, de maneira irreversível. Segundo a BBC, a expansão das cidades, as obras de engenharia e a mineração impactam profundamente a paisagem, enquanto o agronegócio e o desmatamento afetam ecossistemas em larga escala. Cabe destacar que todas essas atividades, direta ou indiretamente, influenciam o aquecimento global.
Sob o ponto de vista oficial, o principal órgão responsável pela sistematização e divulgação de estudos relacionados com o aquecimento global é o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Para o IPCC, o problema em questão não deve sequer ser motivo de discussão em termos de sua existência ou não, pois, segundo ele, é mais do que comprovada a série de mudanças climáticas ocorridas nos últimos tempos e a participação do ser humano nesse processo.
Dados levantados por cientistas vinculados ao IPCC afirmam que o século 20, em razão dos desdobramentos ambientais das Revoluções Industriais, foi o período mais quente da história desde o término da última glaciação, com um aumento médio de 0,7 ºC nas temperaturas de todo o planeta. Ainda segundo o órgão, as previsões para o século 21 não são nada animadoras, pois haverá a elevação de mais 1 ºC, em caso de preservação da atmosfera, ou de 1,8 ºC a 4 ºC, em um cenário mais pessimista e que apresente maior poluição. (Veja mais sobre “Aquecimento Global” em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/aquecimento-global.htm)
Sobre a previsão de longo prazo do tempo na Amazônia, os cientistas sugerem que, até o ano 2050, as temperaturas aumentarão em 2ºC a 3°C. Ao mesmo tempo, a diminuição das chuvas nos meses de seca provocará a ampliação da seca. Essas mudanças terão graves consequências.
Marcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima, afirmou que o resultado da COP28, forte nos sinais, mas fraco na substância, significa que o governo brasileiro precisa assumir a liderança até 2024 e lançar as bases para um acordo da COP30 em Belém, capaz de atender as comunidades mais pobres e vulneráveis do mundo.
A Amazônia é importante para a redução do aquecimento global, uma vez que a floresta garante as chuvas para boa parte da América do Sul, com papel central no combate às mudanças climáticas. Abriga imensa biodiversidade, com milhares de espécies de plantas e animais, algumas ainda desconhecidas ou pouco estudadas. É berço da maior bacia hidrográfica do mundo.
O desmatamento de florestas vai provocar um aquecimento do clima global muito mais intenso do que o estimado originalmente, devido às alterações nas emissões de compostos orgânicos voláteis e as co-emissões de dióxido de carbono com gases reativos e gases de efeito estufa de meia-vida curta.
Considerada o pulmão do mundo, a floresta tropical amazônica perdeu, desde 1970, uma área florestal maior que o tamanho da França, de acordo com o Greenpeace. Por trás deste desaparecimento maciço da floresta tropical está o desmatamento, em grande parte causado pela mão do homem.
O ano de 2024 chega nos desafiando a enfrentar os efeitos do aquecimento global. É preciso ter atenção às mudanças climáticas para que se consiga sobreviver. A humanidade precisa reagir velozmente, em defesa da vida.
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