05/08/2024 - 7:00
Ao som de Raça Negra, Júlia das Neves Botega Soares já encantou a plateia das Olimpíadas com suas manobras cheias de gingado nos tatames de Paris. A curitibana de apenas 18 anos deixa o público sem ar com seus giros e flic flacs em cima da barra. A FIG, a Federação Internacional de Ginástica, já batizou de “Movimento Soares” a sua entrada em vela seguida de pirueta com o já famoso, a já famosa manobra que a atleta criou, quando tinha apenas 15 anos.
Júlia entrou no mundo da ginástica artística estimulada pela sua irmã mais velha, que chegou a praticar o esporte. Iryna Ilyashenko, atual técnica da seleção brasileira feminina de ginástica, foi quem descobriu o seu talento e a moldou para as grandes competições que estariam por vir em sua carreira precoce.
A atleta foi campeã sul-americana junior na trave em 2018, na etapa de Baku da Copa do Mundo ela levou ouro, e em 2023 conquistou a medalha de prata em equipe no campeonato mundial e também nos jogos Pan-Americanos.
Na terça-feira da semana passada, Júlia conquistou sua primeira medalha de bronze em equipe nos Jogos Olímpicos de Paris, junto de Jade Barbosa, Flávia Saraiva, Lorrane Oliveira e Rebeca Andrade. A disputa na Arena Bercy foi de deixar o coração do brasileiro mais acelerado que as corridas das meninas em solo.
Houve um susto no começo da competição, com o aquecimento de Flávia Saraiva, que acabou caindo, o que não a impediu de seguir com suas apresentações. Cravou 13.666 em sua série, após Lorrane Oliveira receber 13.000. Rebeca encerrou sua rotação com a nota 14.533.
Já nas traves o Brasil acabou tendo dificuldades: Júlia sofreu uma queda e levou 12.400, Flávia também se desequilibrou e alcançou 13.433. Chamando a atenção de sua rival Simone Biles, Rebeca Andrade terminou com 14.133.
No solo, lindas apresentações repletas de ritmo e muita postura. Júlia levou 13.233 com seu gingado e charme ao som de Raça Negra e ritmos da música francesa. Flavinha recebeu um 13.533 com um Cancã, e ao som de Anitta, Rebeca ganhou um 14.200.
A disputa pela prata ou bronze estava entre Brasil, Itália e Grã-Bretanha. Mas foi no último solo, quando Rebeca cravou um 15.100 como nota final, executando um perfeito Cheng, que levou às ginastas do sexto lugar ao terceiro lugar do pódio.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da IstoÉ