Mulheres avançam pouco na liderança das grandes empresas do Brasil

Apenas três companhias — Petrobras, Banco do Brasil e Fleury — são lideradas por mulheres no cargo de CEO

Liderança feminina cresce em ritmo lento e segue concentrada em poucas companhias
Liderança feminina cresce em ritmo lento e segue concentrada em poucas companhias Foto: Canva Fotos

A participação de mulheres em cargos de alta liderança nas maiores empresas brasileiras segue com crescimento tímido. É o que mostra um levantamento do jornal O Estado de S. Paulo, que analisou os dados de 83 companhias listadas no Ibovespa entre os dias 20 e 29 de maio de 2025.

Segundo o estudo, apenas três empresas — Petrobras, Banco do Brasil e Fleury — são lideradas por mulheres na posição de CEO. Já no comando dos conselhos de administração, cinco companhias contam com presidentes mulheres. Ao todo, apenas oito mulheres ocupam os cargos mais altos das empresas analisadas, o equivalente a 4,8% do total, ante 4,3% em 2024.

Nos conselhos de administração, a presença feminina passou de 20,7% para 21,3% em um ano. Já nas diretorias executivas, o percentual subiu de 16% para 16,4%. O avanço, de menos de um ponto percentual em ambas as frentes, contrasta com os saltos registrados no ano anterior, quando o crescimento foi de 14,6% nas diretorias e de 22% nos conselhos.

A pesquisa revela ainda que 36% das companhias analisadas não têm nenhuma mulher na diretoria executiva, e 79,5% mantêm menos de 30% de presença feminina em seus conselhos.

Para Margareth Goldenberg, gestora do movimento Mulher 360, o ritmo mais lento pode estar relacionado ao “arrefecimento político e social” do debate sobre diversidade nas empresas. Segundo ela, muitas corporações acreditam que já avançaram o suficiente, mas a inclusão real demanda continuidade e ação deliberada. “A esteira que move as mulheres na jornada não é automática”, afirmou ao Estadão.

Apesar da estagnação, os números registrados em 2025 representam o segundo maior patamar da série histórica iniciada pelo jornal. Ainda assim, os dados reforçam que a equidade de gênero na liderança corporativa brasileira segue longe de ser uma realidade.