Mesmo diante de um ambiente internacional de retrocesso nas políticas de diversidade, 52,8% das empresas brasileiras afirmam manter suas ações de inclusão, segundo o estudo Panorama da Diversidade nas Organizações 2025, realizado pela to.gather em parceria com o MIT Sloan Management Review Brasil.
A pesquisa analisou 305 empresas de 24 setores, com impacto sobre mais de 2 milhões de profissionais, e revela avanços pontuais no ambiente corporativo, mas também desafios estruturais quando o assunto é representatividade de mulheres e outros grupos minorizados.
Entre as empresas analisadas, 70,2% afirmam ter uma estratégia formal de diversidade, equidade e inclusão (DEI), mas menos da metade (44,5%) conecta metas de diversidade a indicadores de performance ou remuneração — o que, segundo especialistas, compromete a efetividade dessas políticas.
O levantamento também mostra que 80,8% das empresas destinam recursos financeiros para ações de diversidade, e 93,1% oferecem treinamentos sobre o tema, mas apenas 35% monitoram os resultados dessas iniciativas.
No recorte de gênero, as disparidades são claras: embora as mulheres representem 47,8% do quadro geral de colaboradores nas grandes empresas, elas ocupam apenas 37,5% dos cargos de liderança nas organizações que investem em diversidade — e 35% nas que não têm políticas estruturadas de DEI.
Entre outros dados do estudo, destaca-se que:
- Pessoas trans ocupam apenas 0,6% dos cargos de liderança;
- Pessoas negras representam 28,7% das lideranças em empresas que investem em DEI;
- Pessoas LGBTQI+ ocupam 5,9% desses postos.
Para os idealizadores do estudo, o cenário demonstra que, embora o Brasil apresente resiliência em manter a diversidade na pauta corporativa, ainda há um longo caminho para transformar discurso e investimentos em resultados concretos, especialmente quando se fala em ampliar a presença de mulheres em espaços de decisão e liderança.