Quem poupa mais: homens ou mulheres? O que dizem os dados

Estudos mostram que diferença está ligada a fatores estruturais, como desigualdade salarial e interrupções na carreira

Canva
Mulheres poupam menos que homens, segundo pesquisas, por fatores como desigualdade salarial e interrupções na carreira Foto: Canva

Pesquisas indicam que homens, em média, acumulam mais dinheiro guardado, como poupança ou aplicações, do que mulheres. Contudo, a diferença não se explica apenas por hábitos de consumo ou disciplina financeira. Os dados apontam que questões estruturais e culturais têm peso decisivo nesse desequilíbrio. 

Uma sondagem realizada pelo Yahoo Finance em parceria com o Marist Poll, com mais de 3 mil adultos com conta corrente ou poupança, revelou que 40% das mulheres se disseram “muito insatisfeitas” ou “totalmente insatisfeitas” com suas reservas financeiras, contra 28% dos homens. Mais da metade das entrevistadas (53%) afirmou ter economizado menos em 2024 do que no ano anterior, índice que sobe para 57% entre as millennials e 59% entre as da geração X.

Desigualdade salarial e impactos na trajetória profissional

Dados do Pew Research Center mostram que, em 2024, as mulheres ganhavam, em média, 85% do salário dos homens, com diferença ainda maior para mulheres negras e latinas. Apesar do aumento da presença feminina em cargos de maior remuneração, elas seguem sendo maioria em funções de menor pagamento.

Outro fator é a interrupção da carreira para assumir responsabilidades de cuidado, como a maternidade. Estudo do The Commonwealth Fund aponta que, em 2020, mais de 60% dos 53 milhões de cuidadores de adultos ou crianças com deficiência nos EUA eram mulheres. Essas pausas afetam promoções, aumentos e contribuições para a aposentadoria. Uma análise do Urban Institute estima que mães nascidas entre 1981 e 1985 perderão, ao longo da vida, cerca de US$ 295 mil (em valores ajustados pela inflação) por conta do trabalho não remunerado de cuidado.

Caminhos para reduzir o gap

Medidas como planejamento orçamentário, criação de fundos de emergência e investimento regular podem ajudar a melhorar a segurança financeira individual, de acordo com o documento. No entanto, a responsabilidade não deve recair apenas sobre as mulheres. Políticas públicas, iniciativas empresariais e serviços financeiros mais inclusivos são apontados como essenciais para fechar a lacuna.

“Quando as mulheres têm acesso a ferramentas adequadas, orientação isenta e oportunidades iguais, a diferença diminui, e o impacto é multiplicado”, afirmou a Jenna Biancavilla, fundadora da Svvy e proprietária da Pearl Capital Management.