Lideranças femininas ganham espaço nas exportações entre Brasil e Chile

Exportações de empresas lideradas por mulheres mais que dobraram em quatro anos, segundo levantamento apresentado durante a Semana da Mulher na Expo Osaka 2025

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Empresas lideradas por mulheres aumentam com acordo de exportação entre Brasil e Chile Foto: Canva

O comércio entre Brasil e Chile vem sendo marcado pelo crescimento acelerado da presença feminina nas transações. Um estudo divulgado no sábado (30) durante a Expo Osaka 2025, no Japão, mostra que empresas comandadas por mulheres mais que dobraram o volume de exportações brasileiras para o mercado chileno entre 2021 e 2024.

O levantamento, conduzido pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) e a Subrei (Subsecretaria de Relações Econômicas Internacionais do Chile) em parceria com agências de promoção de exportações dos dois países, evidencia uma transformação desde a vigência do acordo de livre comércio em 2022: além de aumentar em valor e número, as exportações também chegaram a setores de maior sofisticação, como o de alumínio e autopeças.

Entre 2021 e 2024, as exportações brasileiras de empresas lideradas por mulheres cresceram 112%, passando de US$187 milhões para US$397 milhões. O número de companhias também subiu, de 474 para 507, com um pico de 526 registrado em 2023. Hoje, o Chile já se consolidou como o quarto país mais relevante para essas operações, considerando valores exportados, e o quinto em quantidade de empresas.

Além do crescimento, destaca-se a maior variedade de produtos. Bens de maior valor agregado, como alumínio, veículos rodoviários e autopeças, passaram a integrar as exportações lideradas por mulheres.

O desempenho chileno

Do outro lado da balança, as empresárias chilenas também ampliaram sua atuação no Brasil. Em quatro anos, o número de empresas exportadoras comandadas por mulheres cresceu de 287 para 321, com um um aumento médio anual de 3,8%, o dobro do observado nas empresas masculinas desde a implementação do acordo. O valor movimentado passou de US$1,2 milhão para US$1,4 milhão, com a presença delas em 542 categorias de produtos em 2024.

O estudo mediu os efeitos do Acordo de Livre Comércio entre Brasil e Chile, em vigor desde 2022, que incluiu pela primeira vez um capítulo específico sobre gênero. Desde então, os dois países vêm estruturando iniciativas para estimular o empreendedorismo feminino no comércio internacional.

Entre os destaques estão o programa de incentivo ao empreendedorismo feminino “Elas Exportam”, premiado pela Organização Mundial do Comércio em 2025, além da adesão do Brasil ao GTAGA (Arranjo Global sobre Comércio e Gênero).