Na ONU, Brasil anuncia protocolo para proteger mulheres em emergências climáticas

Iniciativa dá enfoque à segurança, participação econômica e aos direitos das mulheres em meio a crise climática

Reprodução/ Gov Ministério das Mulheres
Márica Lopes, ministra das Mulheres, divulgou a iniciativa na Assembleia da ONU Foto: Reprodução/ Gov Ministério das Mulheres

Durante a 80° Assembleia Geral da ONU, realizada em Nova York, na segunda-feira (22), o Brasil deu um passo inédito para aproximar a agenda climática da igualdade de gênero. Em meio a reunião que marcou os 30 anos da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim, a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, anunciou que o país apresentará na COP30, em novembro, em Belém (PA), um Protocolo Internacional de Atendimento às Mulheres em Emergências e Desastres Climáticos.

O documento, elaborado em parceria com a ONU Mulheres Brasil, faz parte do PAS (Plano de Aceleração de Solução) da COP30 e se apoia em quatro eixos: produzir dados detalhados que revelem os impactos de gênero e raça, garantir segurança durante emergências por meio de protocolos de proteção e abrigos seguros, promover uma reconstrução justa que inclua a participação econômica das mulheres e ampliar recursos para fortalecer organizações de mulheres, povos indígenas e comunidades locais.

Dados da ONU Mulheres mostram que mulheres e meninas estão entre os grupos mais afetados por emergências climáticas e podem ser até 14 vezes mais propensas a morrer em desastres do que os homens. 

Em seu discurso, Márcia Lopes também lembrou que Pequim consolidou os direitos das mulheres como direitos humanos e ressaltou avanços recentes no Brasil, como a Lei da Igualdade Salarial e a Política Nacional de Cuidados. 

“Há trinta anos, em Pequim, o mundo afirmou, de forma inequívoca, que os direitos das mulheres são direitos humanos. Hoje, ao celebrarmos a Plataforma de Ação de Pequim, reafirmamos este compromisso, conscientes de que, sem igualdade de gênero, não há democracia plena nem desenvolvimento sustentável possível”, disse a ministra.