Licença-maternidade é aprovada pela maioria dos pequenos negócios, revela pesquisa

Levantamento do Sebrae mostra que 65% das micro e pequenas empresas não enfrentam dificuldades com o benefício, o que reforça o debate sobre a licença-paternidade

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65% dos empreendedores não vêem dificuldade em conceder licença-maternidade Foto: Envato

A licença-maternidade, antes vista como um desafio para pequenos empreendedores, tem se mostrado uma aliada das empresas e das famílias. Uma pesquisa inédita do Sebrae, que ouviu mais de 6 mil pequenos negócios, revelou que 65% dos empreendedores não vêem dificuldade em conceder o benefício às colaboradoras. Entre as micro e pequenas empresas, o índice é de 53%.

Os números mostram que, em diferentes setores, a licença já é vista como parte da rotina empresarial, e não como um obstáculo. Na agropecuária, metade dos entrevistados afirmou não ter dificuldades; no setor de serviços, 52% disseram o mesmo. A percepção indica uma mudança importante: o cuidado com a maternidade começa a ser reconhecido como valor econômico e social, e não apenas como obrigação legal.

Licença-paternidade no Brasil 

O tema voltou a ganhar destaque no Legislativo. A Câmara dos Deputados aprovou, na terça-feira, 4, o projeto que amplia gradualmente a licença-paternidade dos atuais 5 dias para 20 dias em até três anos. A proposta segue agora para análise do Senado e, se aprovada, deve entrar em vigor a partir de 2027.

A mudança atende a uma demanda antiga da população. De acordo com o Datafolha, 76% dos brasileiros acreditam que o tempo de licença para os pais deve ser maior. A SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) também apoia a ampliação, destacando que a presença paterna nas primeiras semanas de vida é essencial para o aleitamento materno, o desenvolvimento emocional da criança e o fortalecimento do vínculo familiar.

Empresas e especialistas defendem ampliação da licença 

Mesmo sem obrigatoriedade, várias empresas brasileiras decidiram ir além da lei. Um levantamento da Mercer Marsh Benefícios mostra que 56% das companhias já oferecem algum tipo de licença-paternidade estendida.

O resultado tem sido positivo: estudos do Boston Consulting Group e da Ernst & Young apontam que 70% das empresas registraram aumento na motivação dos pais após o benefício, e 80% perceberam melhora no desempenho profissional.