“Agosto Lilás” é uma campanha brasileira dedicada à conscientização e combate à violência contra a mulher. A campanha ocorre durante todo o mês de agosto e foi instituída para marcar o aniversário da Lei Maria da Penha, sancionada em 7 de agosto de 2006. A Lei Maria da
Penha é uma legislação que busca prevenir e punir a violência doméstica e familiar contra a mulher.
Durante o “Agosto Lilás”, diversas ações são realizadas em todo o Brasil, como palestras, workshops, campanhas publicitárias, rodas de conversa, entre outras atividades, com o objetivo de sensibilizar a sociedade sobre a importância do respeito aos direitos das mulheres e o combate à violência de gênero.
A cor lilás foi escolhida como símbolo da campanha por estar historicamente associada à luta pelos direitos das mulheres.
Durante o “Agosto Lilás”, faz-se necessário chamar a atenção para os dados alarmantes de violência contra a mulher no Brasil. De acordo com o Mapa Nacional da Violência de Gênero, apenas 20% das mulheres brasileiras se consideram bem-informadas sobre a Lei Federal Maria da Penha. Além disso, somente 27% das mulheres no Brasil declaram ter solicitado medidas protetivas para a sua segurança.
O Mapa Nacional da Violência de Gênero é uma ferramenta que coleta e apresenta dados sobre a violência contra a mulher no Brasil. Este mapa é utilizado para identificar padrões, comparar regiões e ajudar na formulação de políticas públicas. Os dados fornecem informações sobre diferentes tipos de violência, como física, psicológica, sexual, moral e patrimonial, além de estatísticas sobre feminicídios.
Aqui estão alguns pontos destacados de relatórios recentes sobre a violência de gênero no Brasil:
- Feminicídio
O Brasil continua com altos índices de feminicídio. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, houve mais de 1.300 casos de feminicídio registrados no país em 2022, o que equivale a uma mulher assassinada a cada sete horas por motivos relacionados ao gênero.
- Violência doméstica
Cerca de uma em cada quatro mulheres brasileiras relatam ter sofrido algum tipo de violência doméstica. Esse tipo de violência inclui agressões físicas, psicológicas e sexuais, muitas vezes perpetradas por parceiros íntimos.
- Diferenças regionais
Há variações significativas nas taxas de violência de gênero entre as diferentes regiões do Brasil. Estados das regiões Norte e Nordeste tendem a registrar taxas mais altas de feminicídio, enquanto o Sudeste e o Sul apresentam números menores, embora ainda alarmantes.
- Subnotificação
A violência contra a mulher é frequentemente subnotificada, especialmente nos casos de violência psicológica e sexual. Muitas mulheres não denunciam por medo de retaliação, dependência financeira ou desconfiança das instituições de justiça.
- Impacto da pandemia
A pandemia de COVID-19 agravou a situação da violência doméstica no Brasil. Com o isolamento social, muitas mulheres ficaram confinadas com seus agressores, resultando em um aumento nos casos de violência e uma maior dificuldade em buscar ajuda.
Esses dados revelam a gravidade do problema e a necessidade de esforços contínuos para combater a violência de gênero no Brasil. A coleta e análise desses dados são essenciais para direcionar políticas públicas eficazes e promover uma sociedade mais justa e segura para as mulheres.
Para denunciar ligue 180 ou disque 100.
Referência
https://www.senado.leg.br/institucional/datasenado/mapadaviolencia/#/inicio
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da IstoÉ
Veja Também
COP16: ativista indígena é detida e Brasil apresenta esboço de plano de proteção da biodiversidade
Esforço de alto risco: pesquisa mostra que Brasil é um dos países mais perigosos para defensores do meio ambiente
Tráfico de pessoas: o suspeito mora ao lado
Relatório da ONU: 8,4 milhões de brasileiros passaram fome entre 2021 e 2023
Atentado a Trump: o tiro sairá pela culatra?