Amy Webb destaca a importância de estratégia e inovação no Rio Innovation Week

Futurista e CEO do Future Today Institute falou sobre inteligência artificial, influenciadores digitais e o papel da liderança no Brasil em palestra

Copyright: World Economic Forum/Mattias Nutt
Amy Webb, futurista e fundadora do Future Today Institute Foto: Copyright: World Economic Forum/Mattias Nutt

A futurista e empreendedora Amy Webb participou na quarta-feira (14) de um painel no Palco Tendências Emergentes, durante a Rio Innovation Week 2025, que aconteceu no Rio de Janeiro. Em sua apresentação, destacou a importância de uma liderança com visão de longo prazo e baseada em dados, especialmente no contexto brasileiro. Webb defendeu que prever o futuro não é questão de intuição, mas de método. Com informações do portal Terra.

Apesar de ainda pouco conhecido por parte do público, o termo “futurista” define profissionais que estudam sinais de mudança para projetar cenários futuros. Amy Webb é uma das mais influentes nesta área: além de ser fundadora e CEO do Future Today Institute e o Future Today Strategy Group – empresa que aconselha algumas das maiores companhias do mundo, como Dell e Globo -, ela atua como professora na Universidade de Nova York (NYU) e participa de eventos internacionais como o SXSW e o Fórum Econômico Mundial.

Webb explicou que sua organização coleta sinais de milhões de fontes, cruza essas informações com sistemas de inteligência artificial e, a partir disso, identifica padrões. Esses padrões são a base para construir cenários de futuro com aplicação estratégica. “Uma tendência por si só não é suficiente”, afirmou. “É preciso fundamentar esses cenários em dados matemáticos para que se tornem realmente úteis.”

Para ela, prever o futuro deve servir para orientar decisões reais no presente. “Os cenários por si só são interessantes, mas não ajudam as pessoas a agirem. É aí que entra a estratégia”, disse Webb em sua fala, originalmente em inglês.

Durante o painel, a CEO também abordou o impacto da evolução tecnológica no consumo de informação e na comunicação. Citou a influenciadora Virginia Fonseca para mostrar que a relevância de certas personalidades está profundamente ligada aos meios que as sustentam. “Os influenciadores de hoje só existem por causa da internet, mas influenciadores existem desde sempre – do cinema ao rádio, e mesmo antes disso, no teatro”, afirmou.

Para Webb, a fragmentação da atenção do público cria novos desafios e oportunidades. As marcas precisam entender essa dinâmica para permanecerem relevantes diante de uma audiência cada vez mais dispersa.

IA vai gerar novos influenciadores e redes de consumo personalizadas

Um dos pontos mais importantes de sua fala foi a previsão sobre o surgimento dos influenciadores gerados por inteligência artificial, os chamados “agentes de projetos avançados”. Segundo Amy, esses modelos autônomos poderão criar milhões de versões de si mesmos para públicos distintos, resultando em uma explosão de micro marcas e segmentos de mercado.

Além disso, Webb antecipou transformações radicais na internet como a conhecemos. Para ela, a pesquisa online baseada em cliques será substituída por sistemas colaborativos de IA que farão a busca ativa de informações, o que exigirá das empresas uma reformulação na forma de se relacionar com os consumidores.

Amy também destacou que a personalização vai crescer muito. Ela deu exemplos práticos de como a IA pode criar produtos feitos sob medida, exatamente de acordo com as preferências do consumidor, transformando profundamente a forma como o valor é criado e entregue no mercado.

Ao longo do painel, a futurista enfatizou a importância da coragem para inovar e assumir riscos. Ela alertou que, apesar do amplo discurso sobre inteligência artificial, poucas empresas utilizam essa tecnologia de forma transformadora. “Inventar o futuro demanda coragem, trabalho e inovação”, afirmou.