A alemã Annalena Baerbock, ex-ministra das Relações Exteriores e integrante do Partido Verde, assume na terça-feira (9) a presidência da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. Eleita em junho com 167 votos, Baerbock se torna a primeira mulher europeia a comandar o órgão e apenas a quinta na história da ONU a ocupar a função em oito décadas. Antes dela, o cargo foi exercido por Vijaya Lakshmi Pandit, da Índia (1953); Angie Brooks, da Libéria (1969); Sheikha Haya Rashed Al-Khalifa, do Bahrein (2006); e María Fernanda Espinosa, do Equador (2018).
A sessão deste ano tem como tema “Melhor juntos: 80 anos e mais pela paz, desenvolvimento e direitos humanos”, e acontece em meio a mais de 120 conflitos ativos no mundo, pressões financeiras sobre a organização e a expectativa pela escolha do próximo secretário-geral em 2026,posto que nunca foi ocupado por uma mulher.
Ao assumir o cargo, Baerbock defendeu a importância do multilateralismo, da unidade e da cooperação como caminhos para enfrentar a crise global. “Como apenas a quinta mulher nesta posição em 80 anos, estou plenamente ciente de que a paz e o desenvolvimento só podem ser sustentados quando metade da população mundial, quando as mulheres, têm um lugar igual à mesa”, afirmou durante o discurso de posse em junho.
Aos 44 anos, Baerbock representa também uma das vozes mais jovens a ocupar a presidência da Assembleia Geral. Sua trajetória política inclui o comando da diplomacia alemã entre 2021 e 2025 e forte atuação em defesa do clima, dos direitos humanos e da cooperação internacional.
Com a ONU pressionada a acelerar a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e diante de um cenário de instabilidade global, Baerbock promete uma gestão focada na unidade: “A 80° sessão da Assembleia Geral será um momento crucial para nossa organização. As Nações Unidas, o centro do sistema multilateral, está sob imensa pressão política e financeira. Mais de 120 conflitos armados nos lembram que a missão primária das Nações Unidas, eu cito, de salvar as gerações futuras dos flagelos da guerra, continua sem ser cumprida”, disse.