O Brasil tem hoje os maiores salários de tecnologia da América Latina e ocupa o 11º lugar global em remunerações no setor, segundo um levantamento recente da Deel. Apesar do avanço, a presença feminina ainda é minoritária, representando cerca de 39% dos trabalhadores segundo a Brasscom, e elas recebem significativamente menos do que os homens para exercer funções semelhantes.
Segundo o estudo, que avaliou mais de 1 milhão de contratos em 150 países, engenheiros e cientistas de dados brasileiros têm remuneração média anual de US$67 mil (cerca de R$355 mil por ano ou R$29,5 mil mensais). A média supera de longe os salários pagos em outros países da região — US$48 mil no México, US$42 mil na Argentina e US$37 mil na Colômbia.
O relatório também mostra que a consolidação da IA (inteligência artificial) tem impulsionado a criação de novos cargos e salários mais altos, especialmente em startups que competem por profissionais altamente qualificados. No entanto, esse avanço tecnológico não tem sido acompanhado por uma inclusão de gênero proporcional.
A pesquisa aponta que, globalmente, as mulheres na tecnologia ganham US$26 mil (R$138 mil) a menos do que os homens. A diferença também se repete em outras áreas analisadas, como a de produto (US$14 mil de diferença) e a de vendas (US$5 mil). A disparidade é atribuída à baixa presença feminina em cargos de liderança e à segregação de funções dentro do setor, o que limita o acesso a promoções e maiores remunerações.
Outro ponto destacado pela Deel é o crescimento do trabalho freelancer. No Brasil, 84% dos profissionais de engenharia e dados atuam de forma independente, número que chega a 79% em produto e design e 55% em vendas e marketing.