Algumas mulheres ainda disputam o segundo turno em 51 cidades, no próximo domingo, no país em que 85% das prefeituras do país são comandadas por homens. Somos a maioria da população brasileira, somando 52% do total de eleitores, mas apenas 19,9% dos eleitos para prefeituras são mulheres: para refletir sobre essa desigualdade, é importante lembrar um pouco de nossa história.

As casas de apostas on-line já movimentaram R$ 160 milhões no país, só esse ano, de janeiro a agosto. Pelo menos 24 milhões de brasileiros fizeram ao menos uma aposta nas BETs, em plataformas de jogos considerados altamente viciantes, capazes de causar dependência como o cigarro e a bebida. Entenda como aumenta a compulsão por jogos no Brasil.

Nem conseguimos mais ver o sol, que dirá as estrelas. Até o final de agosto o Brasil registrou 224 mil quilômetros de incêndios e o país concentra, em setembro, 76% das áreas afetadas pelo fogo na América do Sul. O fato é que agora não é mais surpresa. Precisamos compreender a magnitude do problema e as formas de enfrentá-lo, não apenas nas emergências, ou ficaremos o tempo todo correndo atrás do prejuízo. Que a sociedade e empresas façam a sua parte, e que saibamos cobrar dos governos o que precisam fazer urgentemente.

Os últimos relatórios da Academia Brasileira de Ciência alertam para os desafios da desinformação científica, que compromete nosso conhecimento sobre temas como saúde e crise climática. E como escapar das fake news na internet? Algumas dicas podem nos ajudar antes de comprar um produto ou compartilhar uma mensagem.

No país que dificulta, e criminaliza, o acesso das mulheres ao aborto, cresce o número de homens que abandonam a paternidade. Mais de 173 mil bebês, ou cerca de 7% dos recém-nascidos no país, foram registrados sem o nome do pai em 2023 – percentual que era de 5% desde 2018. Calcula-se que hoje mais de 80% dos casos julgados em vara de família sejam por falta de pagamento de pensão pelos pais.

Segunda mulher e pessoa mais jovem a receber o Nobel de Economia, Esther Duflo apresenta pesquisas comprovando como os países mais desenvolvidos são os que mais poluem, e sofrem menos, com o aquecimento global. Em recente palestra no SESC, em São Paulo, ela defendeu soluções abrangentes, como um Fundo Global para tributar grandes corporações, e também microssoluções imediatas, voltadas para os países mais afetados pelas mudanças climáticas. Como essa visão poderia ser aplicada nos desastres que enfrentamos hoje no Rio Grande do Sul?

Não apenas o PL do aborto se destaca, como alerta para uma onda de conformismo notável em nosso país. A proposta de lei que prevê multa de R$ 17 mil para quem doar comida a pessoas em situação de rua, e outra também recente, autorizando a contratação de jovens de 14 anos como empregados, colocando em risco a Lei do Jovem Aprendiz, mostram como pobres, jovens e mulheres são alvos prioritários das ações que pretendem derrubar direitos já assegurados.

Postagem falsa da atriz Regina Duarte, afirmando que o governo federal estaria se recusando a receber doações, se soma a uma série de fake news sobre a calamidade no Rio Grande do Sul. Pesquisa apurou que oito em cada 10 brasileiros admitem já ter acreditado em notícias falsas, reconhecendo que há grupos e pessoas pagas para disseminá-las em nosso país.

Os 34 representantes do Rio Grande do Sul no Congresso Nacional destinaram quase R$ 1,6 bilhão em emendas para o estado em 2024, mas só três deputadas enviaram recursos para ações ambientais – maior sensibilidade feminina para o tema? Talvez estejamos apenas despertando primeiro, afinal temos um papel singular na preservação da vida.

Demoramos para entender que jogar fora é jogar para dentro de nós – o consumismo enche o mundo de resíduos tóxicos que estão por toda a parte, inclusive no sangue humano, e embora hoje vivamos mais anos, ficamos obsoletos muito mais rápido.