Eleita a melhor judoca do ano pelo COB, o Comitê Olímpico do Brasil, em 2023, Beatriz Souza, a Bia, fez sua estreia nas Olimpíadas agora em 2024 com o pé direito – e o golpe certo. Venceu com um waza-ari a israelense Raz Hershko, no final da categoria +78Kg do judô feminino, trazendo nosso primeiro ouro desta edição.

Pelas regras atuais da Federação Internacional de Judô, um waza-ri acontece quando o oponente cai com a lateral das costas no tatame, ou com o ombro e parte superior das costas, ou é imobilizado por mais de 10 segundos.

Bia fez uma campanha histórica desde que chegou, vencendo na semifinal a francesa Romane Dicko, número 1 do mundo. Na disputa de hoje à tarde demonstrou agressividade e, ao mesmo tempo, muita tranquilidade nos segundos finais da luta.

“A competição é o meu momento, é o meu ambiente de tranquilidade. Onde me divirto. O melhor lugar do mundo para mim”, é o que disse em entrevista ao canal oficial das Olimpíadas.

A atleta que nasceu em Peruíbe, no litoral sul de São Paulo, já ganhou três medalhas no Mundial do Judô, uma de prata e duas de bronze. Tem 24 medalhas em Copas do Mundo e também já foi campeã cinco vezes no PanAmericano.

Ela começou a se interessar pelo judô assistindo aos treinos de seu pai, o judoca Poscedonio José de Souza Neto. Aos sete anos, conquistou a primeira medalha pela Associação Budokan de Peruíbe e, aos 15, mudou-se para São Paulo para treinar no clube Palmeiras. É casada com o ex-jogador de basquete Daniel Souza.

A conquista da primeira medalha de ouro por uma mulher foi muito festejada nas Olimpíadas de Paris onde, pela primeira vez, há mais atletas do sexo feminino na delegação brasileira – nas redes sociais, Bia conquistou milhares de seguidores em apenas uma tarde, mas que tarde.

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ