Em um mês mais curto como fevereiro, quatro dias de folia carnavalesca podem soar como uma interrupção na rotina produtiva para muitos empresários e empreendedores brasileiros. No entanto, será que essa visão limitada contempla toda a realidade? Será que os feriados de Carnaval representam apenas uma perda de receita, ou há mais para se considerar?

Com o avanço da mecanização nos processos produtivos e o surgimento da Inteligência Artificial, é evidente que muitas funções tradicionais estão fadadas a desaparecer. Por outro lado, setores como entretenimento, turismo e bem-estar tendem a crescer exponencialmente. No ano passado, o setor movimentou US$ 9,5 trilhões nas economias dos países, representando 9,2% do PIB mundial.

Neste ano, o setor também deve criar 24 milhões de empregos no mundo. Nesse contexto, o Carnaval se revela uma oportunidade única para impulsionar negócios e atrair turistas.

Vamos a alguns números da festa em 2023:

  • Em 2023, a RioTur estima que o Carnaval movimentou cerca de R$ 4,5 bilhões na cidade do Rio de Janeiro, um aumento de 12,5% em relação a 2020. Destes, R$ 1,2 bilhão veio do carnaval de rua.
  • A estimativa de receita do Carnaval em todo o Brasil foi de impressionantes R$ 8,18 bilhões, segundo a CNC, representando um aumento de 26,9% em relação ao ano anterior.A cidade de São Paulo investiu R$ 62 milhões em seu Carnaval, enquanto a Ambev, patrocinadora oficial do carnaval de rua paulistano, desembolsou R$ 25,6 milhões na festa.
  • No Rio de Janeiro, a Brahma investiu R$ 39 milhões no patrocínio do Carnaval.
  • O Camarote Salvador, um dos principais da cidade, gera cerca de R$ 95 milhões para a economia local, além de 4.500 empregos diretos e indiretos.
  • Um terço da movimentação econômica durante os quatro dias do feriado vem da cidade do Rio de Janeiro, conforme informações da Prefeitura.
  • Em Minas Gerais, o Carnaval movimentou R$ 1,5 bilhão na economia, com registro de 11,2 milhões de foliões, sendo 5 milhões apenas em Belo Horizonte.
  • Mais de mil trios elétricos desfilaram em Salvador durante o feriado, e cerca de 1.400 blocos de rua foram registrados nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte juntas.
  • O Ministério do Turismo estimou um público de 45 milhões nos principais destinos carnavalescos durante o feriado.
  • O Galo da Madrugada, no Recife, autointitulado o maior bloco de Carnaval do mundo, atraiu 2,5 milhões de foliões.
  • Além disso, o Carnaval gera empregos temporários, com mais de 24 mil vagas criadas apenas para o Carnaval de 2023.

Diante desses números, fica claro que o Carnaval não é apenas uma celebração cultural, mas também um importante impulsionador econômico.

Convido a todos a refletir sobre o Carnaval como uma oportunidade de negócios e crescimento, em vez de encará-lo apenas como um obstáculo à produtividade. Afinal, há muito no mundo do Carnaval para se explorar, até mesmo em oportunidades de marketing e de ativação para as marcas e empresas.

Empresários e empreendedores precisam enxergar além das preocupações imediatas com produtividade e considerar o potencial de crescimento que essa festividade oferece.

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.