O Dia Mundial da Filantropia destaca o papel crescente das mulheres em iniciativas voltadas ao impacto social. Em vez de ações pontuais, essas profissionais têm apostado em modelos colaborativos e de longo prazo para ampliar oportunidades e reduzir desigualdades.
Elas financiam pesquisas sobre saúde feminina, programas de educação, microcrédito e iniciativas de justiça social. E, com trajetórias e motivações distintas, constroem um mesmo movimento: o de usar o poder econômico como meio de reparação histórica e transformação coletiva.
A seguir, conheça oito mulheres, entre empresárias, artistas e herdeiras, que redefinem o que significa ter, e devolver, poder.
Melinda French Gates
Filantropa investe em iniciativa global para reduzir lacuna histórica na pesquisa médica feminina – Crédito: Reprodução
Co-fundadora da antiga Bill & Melinda Gates Foundation, Melinda liderou por décadas iniciativas em saúde, desenvolvimento e igualdade de gênero. Em 2024, deixou a presidência da fundação para investir US$12,5 bilhões em projetos próprios voltados a mulheres e famílias.
Por meio da Pivotal Ventures, segue mobilizando capital e influência para acelerar o progresso feminino e tentar corrigir lacunas históricas da ciência e da sociedade. Recentemente anunciou uma parceria de US$100 milhões com a Wellcome Leap para financiar pesquisas em saúde feminina, especialmente doenças cardiovasculares, saúde mental e distúrbios autoimunes, áreas historicamente negligenciadas.
MacKenzie Scott
MacKenzie Scott – Crédito: Reprodução/Instagram
Desde que se divorciou de Jeff Bezos, fundador da Amazon, MacKenzie Scott vem utilizando sua fortuna em projetos de impacto social. Com patrimônio estimado em US$32 bilhões, ela já doou mais de US$19 bilhões a mais de duas mil organizações voltadas à educação, equidade racial e justiça social.
Em 2025, destinou US$ 70 milhões à United Negro College Fund, que apoia universidades negras nos Estados Unidos. Recentemente, reduziu em 42% sua participação na Amazon, uma movimentação de cerca de US$12,6 bilhões.
Oprah Winfrey
Oprah Winfrey – Crédito: Wikimedia Commons
Ícone da mídia estadunidense, Oprah Winfrey canalizou sua trajetória de superação em iniciativas de educação e empoderamento. À frente da The Oprah Winfrey Foundation e da Oprah Winfrey Charitable Foundation, ela já doou mais de US$400 milhões, impactando diretamente a vida de mais de 70 mil pessoas com projetos educacionais.
Desde 2007, mantém na África do Sul uma escola voltada à formação de meninas de baixa renda.
Rihanna
Rihanna – Crédito: Reprodução/Instagram
Antes mesmo de se tornar um fenômeno global, tanto da música quanto dos negócios, com sua marca de maquiagem Fenty Beauty, Rihanna já demonstrava vocação para a filantropia. Aos 18 anos, fundou a Believe Foundation, dedicada a crianças com doenças terminais. Em 2012, criou a Clara Lionel Foundation, que apoia projetos de educação, saúde e resposta a desastres em diversos países.
Durante a pandemia, a cantora doou milhões para o combate à COVID-19 e à violência doméstica. Em 2022, anunciou uma doação de US$15 milhões para iniciativas de justiça climática no Caribe e nos EUA.
Lia Maria Aguiar
Lia Maria Aguiar – Crédito: Divulgação
Filha de Amador Aguiar, fundador do Bradesco, Lia Maria Aguiar criou, em Campos do Jordão, a Fundação Lia Maria Aguiar, que investe em arte, cultura e educação para jovens em situação de vulnerabilidade.
Desde 2018, a entidade já recebeu mais de R$28 milhões em doações e transformou o acesso à formação artística na região. Lia declarou que deixará todo o seu patrimônio à fundação após sua morte.
Chella Safra
Viúva do banqueiro Moise Safra, Chella Safra dedica parte de sua fortuna, estimada em US$2,5 bilhões pela Forbes, a causas ligadas à educação, saúde e assistência social em vários países, incluindo Brasil, Estados Unidos, Israel e Líbano.
Desde 2009, apoia o projeto Américas Amigas, voltado ao combate ao câncer de mama em comunidades vulneráveis. A iniciativa doa equipamentos, insumos e exames a hospitais públicos, além de promover campanhas de conscientização sobre prevenção e diagnóstico precoce.
Rossana Camargo de Arruda Botelho
Herdeira do grupo Camargo Corrêa, grande empresa do setor de engenharia e construção civil, Rosana Camargo de Arruda Botelho preside o Conselho da Childhood Brasil, ONG fundada pela rainha Silvia da Suécia e voltada à prevenção da exploração sexual de crianças e adolescentes. Com patrimônio estimado em US$3,1 bilhões, Rosana também apoia projetos nas áreas de educação e inclusão social.
Maria Zilda Araújo
Maria ZIlda Araujo – Crédito: Reprodução
Conselheira da Credipaz, organização brasileira de microcrédito, Maria Zilda Araújo concede, por meio da entidade, empréstimos solidários a famílias de baixa renda que não têm acesso a crédito bancário, incentivando pequenos negócios e o empreendedorismo comunitário. Desde 2009, a Credipaz já apoiou cerca de cinco mil associados e impactou a vida de mais de 28 mil pessoas, com mais de R$13 milhões emprestados.