A empresária Dilma Campos foi eleita uma dos 12 líderes brasileiros que estão moldando o futuro da indústria criativa global. O reconhecimento foi anunciado durante o Cannes Lions 2025, um dos maiores festivais de criatividade do mundo, realizado na cidade de Cannes, no sul da França.
Entre os profissionais premiados na 72ª edição, Dilma se destacou por liderar projetos que combinam inovação, diversidade e impacto social. Sócia e CEO da Nossa Praia, uma agência de marketing integrada ao grupo B&Partners.co, ela estrutura iniciativas que alinham propósito e performance, promovendo conexões reais entre marcas e pessoas.
À frente da empresa, Dilma desenvolve estratégias baseadas nos princípios do termo ESG (sigla em inglês para meio ambiente, responsabilidade social e governança) para marcas que desejam incorporar práticas sustentáveis, responsabilidade social e uma gestão mais transparente.
A Nossa Praia foi fundada em 2013, a partir de uma iniciativa pessoal da empresária: “A minha vontade era transformar o jeito como as empresas se comunicavam e se relacionavam com a sociedade”, relembra.
Com um currículo que combina criatividade e gestão, Dilma se consolidou como uma liderança feminina no setor da comunicação corporativa ou, como ela mesma define, comunicação regenerativa. “Não sou a primeira mulher negra a abrir a sua própria agência, mas sou uma das pioneiras, sim”, afirma.
Enxergando oportunidades dentro e fora do mercado publicitário, Dilma tem ampliado sua atuação como palestrante e se tornou presença constante em eventos nacionais e internacionais. Foi jurada do Festival Cannes Lions em 2022 e 2023, no mesmo ano que integrou os júris do Effie Awards, da Meta Awards e presidiu o Ampro Globes Awards. Em 2024, retornou a Cannes, mas desta vez como palestrante do festival.
Para a empresária, é preciso aprender a ouvir as vozes dos outros para, então, ser uma voz. “Na vida, eu nunca pude contar histórias, porque sempre precisei fazer história. Então, quando comecei a trabalhar na área de marketing e publicidade com a minha empresa, entendi que poderia abrir espaço para outras narrativas também”, diz.
Como CEO e CSO Chief Sustainability Officer na B&Partners.co, o objetivo de Dilma é construir valores para que pessoas e marcas possam lucrar com consciência, em estruturas mais humanas e regenerativas. “É através de ideias e projetos que é possível transformar a visão da empresa em ações que podem ser de fora para dentro ou de dentro para fora, porque, hoje, sustentabilidade é um valor transversal”, detalha.
Rosto conhecido do público
Antes de se tornar uma referência no mundo corporativo, Dilma já era um rosto conhecido do público brasileiro. Ela ganhou projeção nacional nos anos 1990 ao interpretar uma personagem no quadro “Passarinho, que som é esse?”, do programa Castelo Rá-Tim-Bum, exibido pela TV Cultura.
Bailarina clássica, atriz, ex-ginasta olímpica e hoje empresária, Dilma construiu uma trajetória múltipla, marcada por reinvenções e muito estudo. Participou de campanhas publicitárias e integrou outras produções infantis.
“A minha estreia na televisão aconteceu no programa Rá-Tim-Bum, também da TV Cultura. Eu tinha 16 anos quando entrei para um musical dirigido pelo Diretor José Possi Neto e, em seguida, fui selecionada para o grupo de dança do Castelo Rá Tim Bum”, relembra.
Dilma participou do programa apenas por alguns meses, não fazia parte da equipe fixa, mas aproveitou o conhecimento adquirido na experiência para dar um novo passo na carreira.
A vivência nos bastidores despertou na empresária um olhar apurado para produção, logística e organização de eventos, o que a fez trilhar um caminho por trás das câmeras, chegando à posição de diretora de eventos e liderando projetos de grande porte com equipes multidisciplinares.
Dilma acompanhou de perto as diferentes fases da publicidade brasileira. “Foram momentos de grande aprendizado. Iniciei na área sem sequer conhecer o significado da palavra ‘marketing’, mas nunca parei de estudar e de buscar entender esse universo”, detalha.
Após sete anos atuando como diretora de produção e, posteriormente, como diretora artística em um grupo empresarial, Dilma decidiu pedir demissão para ser empresária. “Empreender é um processo constante, porque você nunca para de [evoluir]. Primeiro abri uma empresa e, depois, estruturei e fundei a Nossa Praia, para conquistar o meu espaço no mercado”, finaliza.