Gabie Fernandes é escritora, criadora de conteúdo, apresentadora, autora do livro 23 Motivos Para Não Se Apaixonar, host do podcast de moda O Rato Roeu a Roupa, e estudante de design de moda. Entrevistada pelo IstoÉ Mulher + Fructus Entrevista, ela é reconhecida por transformar experiências pessoais em narrativas sobre amor, ciclos e autoconhecimento. Hoje, ela amplia sua atuação para discutir moda, brasilidade e expressão individual como parte de uma trajetória que continua em movimento.
Criadora de conteúdo desde os tempos em que, como ela mesma lembra, “era tudo mato no YouTube”, Gabie Fernandes transformou vulnerabilidade, humor e introspecção em jornada profissional. Começou produzindo vídeos em 2013, quando ainda não havia referências estabelecidas na plataforma. “A gente não tinha uma profissionalização da coisa… não tinha alguém que já tinha feito”, diz, lembrando que, naquela época, tudo acontecia sem modelos nem planejamento definidos .
A escrita atravessou toda a sua história, tanto criativa quanto emocional. “Sempre gostei de escrever, sempre foi minha maneira de desopilar e de colocar pra fora as coisas que eu estava sentindo” , conta Gabie, que reuniu textos de diferentes fases da vida para criar 23 motivos para não se apaixonar. O material incluía experiências de amor, autoestima e temas difíceis, como quando enfrentou a anorexia aos 14 anos. “Posso me amar depois de tudo que aconteceu, não vou ficar me culpando pra sempre”, afirma.
A virada mais recente de Gabie envolve moda, mas nasce do mesmo processo de retorno a si. “Sempre amei moda, já fui modelo, já trabalhei com isso” , diz. Depois de uma crise que a fez repensar caminhos, decidiu estudar fashion business na Itália, desconectar-se das redes e recuperar um interesse antigo. A experiência abriu espaço para sua graduação em design de moda e para o Rato Roeu a Roupa, podcast em que discute o tema com humor, história e olhar crítico. “Moda pode ser divertida, pode ser legal, pode ser leve… moda é comunicação” .
Ela também defende a importância de olhar para o que o país cria e produz. “Tem coisas magníficas que só existem no Brasil” , afirma. Para ela, a questão central é acesso e incentivo, não falta de talento ou autenticidade: “O Brasil é um berço assustador de tanta gente autêntica”, diz.
Entre os temas que mais a movem, rupturas, recomeços e amor, Gabie costuma sintetizar o processo em exercícios simples e libertadores. “A gente se perde porque esquece que tem coisas que precisa fazer só porque é legal”, defende. Para ela, gestos aparentemente pequenos, correr de forma ridícula na praia, pintar mal, fazer algo inútil, podem devolver perspectiva quando tudo parece desabar.
Com novos projetos no horizonte, ela antecipa uma novidade: “O próximo livro vai ser sobre moda e vai ser do Rato”, conta. E, quando pensa no futuro, rejeita pretensões grandiosas. “Eu quero mais deixar sensação do que legado”. Confira o papo na íntegra: