Segundo um estudo do Bank of America, 80% das mulheres sentem que a menopausa é “algo pessoal demais para ser discutido no trabalho”. No Brasil, a maioria das mulheres brasileiras que atravessam a menopausa não encontra suporte no ambiente profissional. De acordo com o estudo, oito em cada dez mulheres relatam ausência de apoio no trabalho durante o climatério, fase natural da vida feminina que marca o fim do período reprodutivo. Dados do IBGE indicam que cerca de 17 milhões de brasileiras vivem essa etapa, geralmente entre os 45 e 55 anos.
O impacto não se restringe à rotina laboral. Segundo o levantamento, 49% das mulheres afirmam enfrentar obstáculos na progressão de carreira e no reconhecimento profissional ao passarem pela menopausa. Para Adriana Ferreira, autora e presidente do Instituto Menopausa Feliz, o silêncio em torno do tema contribui para a falta de acolhimento. Ela avalia que o climatério ainda é tratado como tabu, inclusive entre profissionais de saúde, o que limita o acesso à informação e ao cuidado adequado. “Essa fase, infelizmente, ela ainda é tabu, escondida por muitos, tanto por médicos quanto pela própria sociedade, pelas próprias mulheres. A gente precisa de informação”, disse à Agência Brasil.
Entre as estratégias para lidar com os sintomas, a reposição hormonal aparece como um recurso central. Quando a interrupção da função ovariana ocorre antes dos 40 anos, o quadro é caracterizado como menopausa precoce. Nesse contexto, a queda acentuada dos hormônios estrogênio e progesterona pode provocar sintomas como ondas de calor, suores noturnos, alterações de humor, insônia e ressecamento vaginal.
Especialistas apontam que o tabu associado ao envelhecimento feminino está entre os principais fatores que dificultam o cuidado durante a menopausa. A minimização dos efeitos dessa etapa contribui para o afastamento do debate público, da busca por informação confiável e do acesso a apoio profissional. A menopausa é uma fase natural da vida da mulher e requer atenção, respeito e conscientização.