Se você é uma excelente mãe, não pode ter um mega sucesso profissional… Se você é espiritualizada, você não pode beber álcool, gostar de rock… Se você é uma mulher romântica e delicada, não pode ter uma sensualidade acentuada…
Já se viu presa em algum desses rótulos? Pois é, eu também!
Dei alguns exemplos para mulheres, mas isso também acontece muito com homens. Qual homem visto como forte nunca teve dificuldades para chorar em público? Qual homem nunca sentiu pressão para gostar mais de filmes sobre carros e guerras do que das comédias românticas?
Os rótulos fazem parte da sociedade em que vivemos, infelizmente.
Para ajudar a estourar essa bolha, pense comigo:
Todos somos seres humanos únicos. Não existe outra pessoa igual a você e nenhuma comparação faz sentido. Sabe por quê?
Porque nós viemos a essa existência com o objetivo de sermos, justamente… ÚNICOS.
Se tentarmos ser qualquer coisa diferente da nossa essência, vamos viver em sofrimento. Não podemos ser o que não somos!
Não estou dizendo que você não possa se inspirar ou admirar outra pessoa… Isso é muito válido e importante. Estou falando sobre aquele esforço que muitas vezes fazemos para tentar ser algo que não somos, ou de todo modo caber dentro de algum rótulo.
É triste, não é?
Imagine se aprendermos a usar todo esse esforço para sermos nada mais que… nós mesmos! Imagine a potência disso!
Nunca se esqueça: viemos para essa existência para deixar a nossa luz brilhar.
E como a gente deixa essa luz brilhar?
Sendo honestos com o que somos de verdade e nos permitindo ser quem viemos para ser nesse mundo.
Tudo isso que estou falando é muito parecido com as crenças limitantes que carregamos.
São aquelas ideias de que “pessoas ricas não são boas”, “dinheiro não dá em árvore”, “homem nenhum presta”…
A verdade é que uma coisa não tem nada a ver com a outra.
O problema é que estamos imersos em uma quantidade infinita de rótulos e isso muitas vezes atrapalha o nosso autoconhecimento.
Aliás, quanto mais permitimos nos conhecer, mais distantes ficamos dos rótulos.
A maioria das pessoas que me acompanha e lê meus textos são mulheres, então vou me permitir aqui falar especificamente com elas:
Muitas de nós somos mães, esposas, profissionais, amigas e filhas também. Nós temos múltiplos papéis, e todos eles precisam coexistir de uma forma saudável dentro da gente.
Não estamos almejando um super equilíbrio (até porque, acho essa ideia muito utópica e não acredito em equilíbrio completo).
Nossa vida não é um gráfico de pizza, com tudo separadinho e com todas as funções igualmente distribuídas. Não somos assim!
Estou falando sobre honrar todas as partes que existem em nós mesmas. Estou falando sobre dar vazão para as múltiplas facetas que existem dentro de você.
Quantas vezes você já se pegou, ou viu alguém com pensamentos como “agora estou começando a meditar, não vou tomar um vinho com meus amigos sexta-feira à noite”, ou “eu sou mãe, não pega bem se fizer isso”?
Meus amores, deixa eu contar uma coisa super importante: nós temos quatro corpos – físico, mental, emocional e espiritual.
Todos eles precisam ser igualmente nutridos!
A pessoa que começa a se espiritualizar e deixa de alimentar os outros corpos, muitas vezes está caindo em uma armadilha do ego.
Se você está aqui, provavelmente sabe muito bem como nutrir o corpo espiritual, que é o que acontece quando estamos dispostos a entrar em contato com qualquer coisa relacionada à espiritualidade, seja uma oração, uma meditação, ou apenas nos conectarmos com a intuição…
Mas não podemos esquecer que temos nossos corpos mentais, emocionais e físicos para nutrir também. E eles são igualmente importantes.
Há quanto tempo você não para para pensar em cada um deles e em como eles estão?
Esse texto é uma provocação, uma reflexão e até um convite para você olhar para dentro e entender quais são os rótulos que ainda estão lhe aprisionando.
Procure identificá-los, mas não se culpe ou cobre demais. Estamos todos na mesma jornada.
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