A COP das Mulheres, que será realizada paralelamente à COP30 a partir desta sexta-feira, 14, em Belém, marca o lançamento da Carta das Mulheres para a COP30, um documento produzido de forma coletiva que reivindica justiça climática com perspectiva de gênero e exige protagonismo feminino nas decisões políticas.
A iniciativa é coordenada pelo Grupo Mulheres do Brasil, liderado pela empresária Luiza Trajano, e parte da premissa de que as mulheres estão entre as mais afetadas pelas mudanças climáticas, sobretudo as negras, indígenas, periféricas, ribeirinhas e quilombolas, mas ainda têm baixa representação nos espaços de poder.
A COP das Mulheres reunirá lideranças locais e nacionais, entre elas as ativistas indígenas Vanda Witoto e Jennyffer Bransfor, além das ministras Marina Silva (Meio Ambiente), Márcia Lopes (Mulheres) e Margareth Menezes (Cultura). O objetivo é consolidar uma rede política feminina que mantenha a pauta de gênero e clima viva após o encerramento da COP30.
Uma carta coletiva por igualdade climática
A carta apresenta sete eixos de ação, que incluem financiamento climático com perspectiva de gênero, promoção de educação, participação plena das mulheres nas decisões políticas e inovação inspirada em experiências femininas dentro desses territórios mais vulneráveis.
O documento foi construído de forma colaborativa, a partir de consultas públicas e encontros regionais, reunindo 190 contribuições de comunidades e organizações femininas de todo o país. Contou também com a participação de grupos como Quero Você Eleita, Instituto AzMina, Elas Pedem Vista, Elas No Poder, Rede Governança Brasil, Grupo Ser Educacional, Instituto Global ESG e Instituto Latino-Americano de Governança e Compliance Público.
A previsão é que o documento seja entregue ao ministro Edson Fachin, presidente do Supremo Tribunal Federal, simbolizando o compromisso com uma agenda que una sustentabilidade, democracia e igualdade.