A Organização das Nações Unidas (ONU) classifica a violência de gênero como uma pandemia global – em 2021 mais de 81 mil mulheres foram assassinadas em todo o mundo, o que equivale a 5 mortes por hora, sendo 56% desses casos cometidos por parceiros ou companheiros. O Brasil, infelizmente, não escapa dessa realidade, com uma mulher estuprada a cada 10 minutos e três vítimas de feminicídio por dia, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Liderado por Luiza Helena Trajano, o Grupo Mulheres do Brasil vai promover a 6ª edição da Caminhada pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas. O evento, que ocorre simultaneamente em diversas cidades do Brasil e do exterior, tem como objetivo conscientizar a sociedade sobre a alarmante violência de gênero em todo mundo.

O Grupo Mulheres do Brasil enxerga a violência de gênero como um problema que afeta toda a sociedade e, por isso, convoca a população a participar ativamente da 6ª Caminhada pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas. Luiza Helena Trajano, presidente do grupo, destaca: “Não podemos mais aceitar que uma mulher passe por uma situação de violência simplesmente pela sua condição de gênero”.

Em São Paulo, a concentração está marcada para às 9h na Av. Paulista (altura do número 2424) e irá em direção à sede da Fiesp. A caminhada contará com a presença de representantes de órgãos que atuam na defesa da mulher, incluindo organizações masculinas comprometidas com a causa. A iniciativa visa ampliar o diálogo e fortalecer a luta pela erradicação da violência contra as mulheres.

A mobilização pretende reunir mais de duas mil pessoas em São Paulo e engloba mais de 50 cidades no Brasil e no exterior. Lílian Leandro, diretora de Expansão do Grupo Mulheres do Brasil, destaca a diversidade de adesão à causa: “Estamos com uma adesão diversa para esse ‘basta’ no próximo dia 10. Isso muito nos anima, pois falamos de uma causa que é de toda a sociedade.”

Inspirada na campanha da ONU Brasil “UNA-SE Pelo Fim da Violência contra as Mulheres e Meninas”, a caminhada busca envolver a sociedade na busca por políticas públicas efetivas no combate à violência. Elizabete Scheibmayr, líder do Comitê de Combate à Violência contra a Mulher, ressalta: “As mulheres em situação de violência precisam saber que não estão sozinhas, e é por elas que estamos somando nossas vozes para pedir um basta.”

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.