No mundo dinâmico dos negócios, onde as organizações enfrentam constantes mudanças e desafios, a liderança assume um papel crucial na condução das equipes em direção ao sucesso. Uma das tendências mais relevantes nesse contexto é a liderança participativa, que valoriza a colaboração e a participação das pessoas no processo decisório.

Em um cenário no qual as novas gerações assumem papéis-chave nas organizações, os líderes centralizadores estão perdendo espaço para aqueles que incentivam a contribuição de todos os membros da equipe. Mas será que estamos prontos para essa nova forma de liderar?

Sim, porque para praticar a liderança participativa são necessários certos cuidados e condições – ou ela não será realmente eficaz.

Um dos aspectos fundamentais é a disposição e abertura das pessoas para esse tipo de liderança. Para tanto, é essencial que os líderes tenham algumas habilidades comportamentais bem desenvolvidas como iniciativa, curiosidade, capacidade de trabalho em equipe e resiliência diante da rejeição de ideias.

Além dessas habilidades, os líderes participativos também precisam dominar questões técnicas relacionadas às áreas da empresa, a fim de contribuir de forma significativa para o processo decisório e compreender o impacto de suas decisões.

Os tipos de decisão, naturalmente, precisam estar definidos em relação às competências e atribuições de cada colaborador ou equipe, pois sempre haverá limites. Nesse sentido, noto que a cultura organizacional desempenha papel fundamental na sustentação desse novo estilo de liderar.

Em empresas cujas decisões são centralizadas pode ser desafiador implementar uma abordagem mais colaborativa, devido às rígidas hierarquias e à baixa tolerância a erros. No entanto, empresas que adotam uma cultura mais aberta e inclusiva tendem a se beneficiar, de modo significativo, com o novo estilo de líderes.

Uma das preocupações com a liderança participativa é a percepção de que as decisões podem se tornar mais demoradas, em virtude da necessidade da participação de mais pessoas no processo. No entanto, essa abordagem também pode resultar em decisões mais rápidas, uma vez que muitas questões podem ser resolvidas logo que surgem, sem a necessidade de escalá-las para instâncias superiores.

Em favor da liderança participativa, pode-se afirmar que ela estimula o compromisso das pessoas, diminui o risco da tomada de decisão unilateral e, como é baseada em mais opiniões e informações, pode ser também um caminho mais seguro.

É importante destacar, no entanto, que trabalhar com esse modelo mais participativo não significa que todos os membros da equipe tomarão todas as decisões, mas sim que a participação das pessoas no processo decisório deve ser valorizada, mesmo que seja apenas com sugestões.

Um ponto essencial para o processo funcionar é a democratização das informações – para que as pessoas possam dar ideias, sugestões ou mesmo indicar caminhos decisórios, é preciso que tenham acesso a dados e subsídios sobre os projetos em discussão.

Como líder, é fundamental que você saiba moderar uma reunião sem tolher as pessoas e, ao mesmo tempo, não deixar que se perca o foco sobre o que está em debate, a ponto de terminar o encontro sem nenhuma conclusão.

Todos devem ter a oportunidade de falar e é preciso incentivar a participação dos presentes sem, no entanto, obrigar ninguém a participar. Também é importante estar atento para não deixar que um ou outro participante domine a cena e monopolize a discussão. E o mais importante: que todos saibam que, por mais que as sugestões e pontos de vista sejam importantes, a palavra do líder é a final no processo de decisão.

Encontrar a medida certa sobre quais habilidades enfatizar nas diferentes situações, ou mesmo para qual estilo de gestão dar mais ênfase, não é simples. A busca desse equilíbrio sem que se perca a questão da autoridade e do processo de decisão, que deve sim pertencer ao líder, é meta necessária e desejada pelas corporações, crucial para o seu futuro.

Acredito que, ao adotar essa abordagem, as empresas podem se posicionar de forma mais competitiva e adaptável neste mundo em constante transformação. E você, o que acha desta nova forma de liderar?

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.