Durante a abertura da Conferência Mulheres do Brasil, nesta sexta-feira (15), no Rio de Janeiro, a empresária Luiza Helena Trajano defendeu a necessidade urgente de mais políticas públicas voltadas às mulheres, especialmente no campo do empreendedorismo e da liderança, segundo informações do Valor Econômico.
Presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, Trajano chamou atenção para a importância de ter mulheres não apenas empreendendo, mas também falando sobre empreendedorismo feminino. Para ela, esse protagonismo se traduz, na prática, em mulheres gerando renda com diversidade e propósito.
Na palestra, que ocorreu dentro da programação da Rio Innovation Week, a executiva também destacou o trabalho realizado pelo Grupo Mulheres do Brasil, do qual é presidente. Criado em 2013 por 40 mulheres de diferentes setores, o grupo busca engajar a sociedade civil na construção de melhorias para o país. Hoje, reúne mais de 134 mil participantes no Brasil e no exterior, atuando de forma política e suprapartidária, com mais de 22 mil mulheres organizadas em núcleos.
Segundo Trajano, foi por meio desse trabalho que ela teve contato com inúmeras mulheres que, apesar das dificuldades, tocam pequenos negócios e fazem a diferença em suas comunidades. Mas reconheceu que esse esforço da sociedade civil não é suficiente. Por isso, defendeu o fortalecimento de políticas públicas específicas para apoiar o empreendedorismo e a presença de mulheres em espaços de decisão.
Entre os avanços recentes, ela destacou a sanção da Lei 15.177/25, que estabelece a reserva de 30% das vagas nos conselhos de administração de empresas estatais para mulheres, com recorte de 30% para mulheres negras ou com deficiência. “Foi uma luta de 15 anos [para sancionar a lei sobre o tema]”, disse Trajano. “Vemos vantagens em mulheres no conselho”, comemorou a empresária para o Valor Econômico.
Luiza Trajano também fez questão de esclarecer que seu posicionamento em defesa das mulheres não é uma oposição aos homens. “Não estamos contra os homens. Estamos aqui para defender homens e mulheres, para ficarmos ao lado deles. Para sermos a favor de uma coisa não precisamos ser contra a outra”, afirmou.