‘Mães Solares’: programa indiano treina mulheres para produzir energia solar

2.200 mulheres de 96 países já foram treinadas desde 2010, segundo dados da ONU

Gadvi Kailashben vive em Modhera, lar do centenário Templo do Sol e agora a primeira vila na Índia que funciona com energia solar
Gadvi Kailashben vive em Modhera, lar do centenário Templo do Sol e agora a primeira vila na Índia que funciona com energia solar Foto: ONU News

Um programa indiano fundado pelo Barefoot College está capacitando mulheres de comunidades remotas, muitas delas sem acesso à educação formal, para atuarem como técnicas em energia solar. A iniciativa, conhecida como “Solar Mama” (Mãe Solar), já formou 2.200 mulheres de 96 países desde 2010, com forte impacto em regiões da América Latina e África.

      • O que é: programa indiano que oferece treinamento técnico em energia solar para mulheres rurais.
      • Público-alvo: mulheres de aldeias remotas, muitas analfabetas, são capacitadas com métodos visuais.
      • Alcance: 2.200 mulheres de 96 países treinadas desde 2010, segundo dados da ONU.
      • Impacto: substituição de geradores a diesel, permitindo estudo e trabalho noturno, além de gerar autonomia para as mulheres.

Leia também

O treinamento, que dura seis meses e é realizado na Índia, foca em habilidades práticas. As participantes aprendem a montar, instalar, consertar e realizar a manutenção de sistemas de energia solar. Como muitas não são alfabetizadas, o programa utiliza um método de ensino baseado em códigos de cores e imagens, facilitando o aprendizado técnico.

Ao retornarem às suas comunidades, elas atuam como “engenheiras solares”, replicando o conhecimento e levando energia a milhares de famílias. O impacto é notado em locais como Guna Yala, no Panamá, onde uma “Mãe Solar” instalou painéis em 60 casas, substituindo geradores a diesel poluentes e caros. Em La Cuesta, Honduras, outra mulher capacitada em 2018 instalou 81 sistemas, beneficiando o centro de saúde, a escola e residências.

Antes da energia solar, muitas dessas comunidades dependiam de velas ou geradores, limitando atividades noturnas. Com a nova infraestrutura, crianças podem estudar à noite e mulheres podem realizar trabalhos artesanais, gerando renda extra.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a iniciativa transforma as mulheres em “agentes de mudança” e líderes locais, aumentando seu respeito na comunidade e o poder de decisão. O programa alinha-se a diversos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), como o acesso à energia limpa (ODS 7) e a igualdade de gênero (ODS 5).