Marcha de mulheres negras no Rio cobra justiça e políticas públicas

Ato no centro da cidade destacou pautas como combate ao racismo, à fome e à violência

Fernando Frazão/Agência Brasil
Mulheres negras participam de marcha no centro do Rio de Janeiro com pautas por justiça social, combate ao racismo e garantia de direitos Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Mulheres negras participaram no último domingo (25) de uma marcha no centro do Rio de Janeiro com reivindicações por justiça, equidade racial e políticas públicas. A mobilização teve como tema “Mulheres Negras por Justiça e Bem Viver: contra o racismo, a violência, a fome e as diversas formas de opressão”.

O ato percorreu a Avenida Presidente Vargas até a Candelária e reuniu representantes de movimentos sociais, coletivos de mulheres e entidades da sociedade civil. As participantes levaram faixas e cartazes com críticas à violência policial, à desigualdade racial e à ausência de políticas específicas para a população negra.

Entre as pautas estavam o combate ao feminicídio, à pobreza e à fome, além da defesa de acesso à saúde, educação, moradia e renda. Também houve críticas à presença de forças de segurança em comunidades periféricas.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã de Marielle, participou da marcha, ao lado da mãe Marinete da Silva e da sobrinha Luyara Franco. “Hoje a gente celebra à frente do Instituto Marielle Franco e do Ministério da Igualdade Racial e estamos aqui com um monte de mulher preta gritando por resistência. A gente sabe o que é estar de todos os lados da trincheira e não podíamos deixar de estar aqui”, declarou a ministra.

A coordenadora de Comunicação do Fórum Estadual de Mulheres Negras, Jupi Conceição, explicou o conceito de bem-viver, que há décadas, ocupa papel de destaque nas reivindicações. “O bem-viver abrange o direito de ir e vir, de se alimentar, de botar comida no prato da sua família, sabendo que a maioria das famílias são sustentadas por mulheres, o direito de poder caminhar aqui nessa marcha, de poder se divertir com respeito, sem sofrer violência, o direito de não sofrer violência doméstica, nem feminicídio.”

A marcha ocorre anualmente em julho, mês em que se celebra o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, em 25 de julho. A data foi criada para dar visibilidade à atuação política de mulheres negras na América Latina e no Caribe. A marcha é realizada no Rio de Janeiro desde 2010.