Com uma carreira sólida no cinema, TV e teatro, a atriz Maria Ribeiro nos surpreendeu ao longo dos últimos anos – quando decidiu se dedicar também à literatura de forma sistemática, profissional. Lançou dois livros, consagrando-se como uma das vozes mais originais da nova geração de cronistas brasileiros. Com Antonio Prata, ela participou de uma mesa na Feira Literária de Tiradentes, no final de outubro, sobre esse gênero literário tão popular no país.

– A atriz e a diretora sempre andaram juntas – ela admite – embora só eu mesma soubesse disso. Sempre gostei de escrever, contar histórias, sempre fui aquela que gosta de dizer o que está sentindo, mas tinha pudor em afirmar que também era uma escritora.

Escrevendo toda semana, há alguns anos, ela passou a se colocar em situações de crônica – precisaria levar uma vida minimamente interessante, acredita, pois como todo cronista se alimenta da vida para escrever.

– A gente precisa ser muito honesto e simples, pra conseguir transmitir o que sente com alguma verdade. Eu quero escrever como eu falo, quero ser lida por qualquer pessoa, de qualquer nível de escolaridade. Quero que as pessoas me leiam como se estivessem ouvindo o que falo.

Nos últimos meses, quando a mãe foi internada, o assunto também acabou sendo incorporado em algumas de suas crônicas. “Difícil não fazer um certo reality de sua vida”, comenta:

– Estou vivendo nesse ano o começo da despedida de minha mãe… estou imersa nesse processo, é um dos acontecimentos que vem me definindo agora… Hesitei em trazer o assunto para as crônicas, mas de tudo o cronista se nutre. E de forma simples – embora simples seja uma palavra imensa, né? Não tem nada de simplista…

Eu quero é chegar na simplicidade dos grandes cronistas.

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