A menopausa é uma etapa natural na vida das mulheres, no período que marca o fim dos ciclos menstruais e da capacidade reprodutiva. Ela é diagnosticada oficialmente quando uma mulher passa 12 meses consecutivos sem menstruar, sem outra causa aparente.

A menopausa ocorre devido à diminuição gradual da produção dos hormônios ovarianos, estrogênio e progesterona. Esses hormônios são responsáveis pela regulação do ciclo menstrual. Quando os ovários perdem a capacidade de liberar óvulos regularmente e a produção hormonal cai, a menstruação torna-se irregular e eventualmente cessa completamente.

É muito comum associarmos a transição hormonal às ondas de calor típicas dessa fase. Conhecidas como fogachos, são o sintoma mais comum associado a esse período na vida da mulher. De repente, a mulher no climatério sente uma onda de calor a atingindo, independente do que está fazendo – o rosto também pode ruborizar e ela começar a suar, inclusive nos cabelos.

Esse calor pode acontecer durante o dia e durante o sono, muitas vezes despertando as mulheres, que acordam suadas e sem entender de onde vem aquela sensação. Isso é muito comum e o interessante é que, apesar de muito se falar sobre os fogachos, pouca gente sabe a razão biológica por trás desses calores.

Durante a menopausa, justamente pela diminuição significativa da produção hormonal pelos ovários, o estrogênio, em particular, desempenha um papel importante na regulação da temperatura corporal. Quando os níveis de estrogênio caem, o sistema de controle de temperatura do corpo, localizado em uma região do cérebro chamada hipotálamo, pode se tornar mais sensível.

Esse aumento de sensibilidade faz com que o corpo reaja de maneira exagerada a pequenos aumentos na temperatura corporal, interpretando-os como se o corpo estivesse superaquecido. Como resposta, o corpo tenta dissipar o calor, dilatando os vasos sanguíneos na pele, o que causa a vermelhidão no rosto, e aumentando a sudorese, que resulta na sensação de calor intenso e súbito, característico dos fogachos.

Essa resposta exagerada do corpo à regulação da temperatura pode ser causada por diversos fatores, incluindo a queda nos níveis hormonais e a alteração na função dos neurotransmissores, como a serotonina. É importante lembrar que a intensidade e a frequência dos fogachos podem variar de mulher para mulher e podem ser influenciadas também por fatores externos como estresse, alimentação e ambiente.

As ondas de calor podem ter tratamento, seja através da reposição hormonal, quando indicada, ou com outras medicações que atuem nessa região do cérebro, aliviando os sintomas. Procure seu ginecologista caso os fogachos estejam atrapalhando sua qualidade de vida.

 

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da IstoÉ