A eleição anual da ABC (Academia Brasileira de Ciências) ocorreu em novembro e as pesquisadoras, pela terceira vez na história, foram maioria entre os novos membros titulares eleitos, ocupando 10 das 19 vagas.
A lista inclui cientistas de diferentes áreas e instituições, como Mônica Alonso Cotta (Unicamp), Ana Maria da Costa Ferreira (USP), Jacinta Enzweiler (Unicamp), Leticia Veras Costa Lotufo (USP), Marilene Henning Vainstein (UFRGS), Ana Paula Sales Moura Fernandes (UFMG), Russolina Benedeta Zingali (UFRJ), Lydia Masako Ferreira (UNIFESP), Marley Maria Bernardes Rebuzzi Vellasco (PUC-Rio) e Josefa Salete Barbosa Cavalcanti (UFPE).
A presença majoritariamente feminina marca uma mudança gradual, e simbólica, no perfil da instituição. Fundada em 1916, historicamente a composição foi dominada por homens, que concentravam e influenciavam os debates nacionais sobre ciência, tecnologia e inovação.
Os novos membros
Os novos membros passam a ser responsáveis por integrar grupos de trabalho, emitir pareceres técnicos e participar de discussões que auxiliam na elaboração de políticas públicas. São debates que vão de biotecnologia e saúde a clima, inteligência artificial e educação científica.
A ABC reúne hoje mais de 900 integrantes entre titulares, correspondentes e afiliados. A respeito da representatividade feminina crescente, elas foram a maioria em anos recentes: em 2023, foram 12 dos 20 eleitos, e, em 2021, 8 dos 13 nomes. A ampliação dessa presença não apenas corrige desigualdades históricas, mas também aproxima a academia de pautas de gênero, diversidade e igualdade.
Além das titulares, a assembleia também elegeu seis pesquisadores que moram no exterior como membros correspondentes, de modo a reforçar parcerias internacionais e a troca de conhecimento entre os países.
Os novos eleitos passarão a assumir a posição em 1º de janeiro de 2026 e as cerimônias de diplomação irão ocorrer durante a Reunião Magna da ABC, marcada para 5 a 7 de maio de 2026, no Rio de Janeiro.