Mulheres são apenas 16,1% da liderança em empresas brasileiras de capital aberto

Nova pesquisa divulgada pelo IBGC aponta avanços tímidos em relação aos anos anteriores, mas a desigualdade de gênero ainda persiste

Envato
Mulheres ocupam apenas 16,1% dos cargos de liderança, segundo IBGC Foto: Envato

Uma nova pesquisa do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) mostra que as mulheres representam 37,8% dos empregados em empresas de capital aberto no Brasil. Apesar de sua presença significativa nas equipes, a participação feminina em cargos de liderança ainda é baixa e cresce lentamente.

Embora 83,1% dessas empresas contem com ao menos uma mulher em conselhos ou diretorias, elas ainda ocupam apenas 16,1% dos mais de 6 mil cargos analisados, um avanço de apenas 0,3 ponto percentual em relação a 2023. Em contraste, os homens seguem dominando os postos de liderança, somando 83,9% dos administradores.

A pesquisa revela que as mulheres estão, em sua maioria, distribuídas entre conselhos de administração (63,9%), conselhos fiscais (30,8%) e diretorias (45,1%). No entanto, apenas 3% das empresas contam com presença feminina simultânea em conselhos e diretorias. Em 16,9% das companhias, ainda não há nenhuma mulher em posições de liderança.

Nos altos cargos, a presença feminina é ainda mais restrita. Apenas 6,2% das presidências de conselhos e 8,4% das vice-presidências são ocupadas por mulheres. Hoje, elas representam 21,1% dos assentos nos conselhos, 23,6% nas diretorias e 25,3% nos conselhos fiscais.

Entre os destaques da pesquisa estão os números que ajudam a compor o perfil dessas lideranças femininas: 24,1% das mulheres ocupam cargos de diretoria, 17,9% atuam como conselheiras independentes e 16,5% como conselheiras de administração. No topo, apenas 1,5% são diretoras presidentes e 2,1% ocupam o cargo de diretora vice-presidente.

Ao analisar os setores, observa-se que a indústria de saneamento e serviços de água e gás apresenta a maior participação feminina na administração, com 19%, seguida pelos bancos, com 18,4%. Por outro lado, os setores com menor representatividade são construção civil, materiais de construção e decoração (11,3%), e comunicação e informática (13,9%), evidenciando a desigualdade de gênero. Já em relação às empresas, as estatais possuem maior participação feminina (19,3%) do que empresas privadas (15,7%).

A pesquisa também destaca a diferença etária entre os gêneros: mulheres em cargos de liderança têm, em média, 52 anos, enquanto os homens têm 57. Além disso, o homem mais jovem em posição de administração tem 24 anos; entre as mulheres, a mais jovem tem 29.

Apesar da evolução tímida, o estudo evidencia a importância de ações afirmativas, políticas de equidade e mudanças culturais para garantir mais espaço e representatividade às mulheres nos espaços de decisão.