A intuição, frequentemente chamada de “sexto sentido”, é um fenômeno misterioso que todos nós experimentamos em algum momento de nossas vidas. É aquele sentimento que nos guia em direções inesperadas, nos alerta sobre perigos iminentes ou nos ajuda a tomar decisões cruciais. No entanto, o que realmente é a intuição? Seria ela apenas um produto da mente, ou existe uma conexão mais profunda entre a intuição e nosso corpo, particularmente o coração?
A intuição muitas vezes é interpretada como uma forma de conhecimento que não é adquirida através do pensamento lógico ou da análise racional. Em vez disso, é uma sensação profunda que parece surgir do nada. Pode ser a percepção de que algo está “certo” ou “errado”, ou a capacidade de identificar informações que não estão diretamente acessíveis aos nossos sentidos. Mas e se a intuição for mais do que isso? E se ela for uma manifestação de nossa capacidade inata de se conectar não apenas com nossa mente, mas também com nosso coração?
Foi durante a pandemia que tive acesso a uma meditação que se chamava Coerência Cardíaca. Aprendi com ela que nosso coração não é apenas um órgão vital que bombeia sangue, mas também um centro de comunicação com o corpo e a mente. Assim como nosso estômago possui uma rede neural, o coração também possui seu próprio sistema nervoso. A diferença é que o coração teria cerca de 40 mil neurônios, e um impulso elétrico 60 vezes maior do que o do nosso cérebro (mesmo com uma quantidade bem menor de neurônios) gerando assim um campo eletromagnético que poderia ser até 5 mil vezes maior e que corresponde a um campo de 4 a 5 metros de comprimento, podendo estender-se ou ajustar-se com maior resiliência do que o campo cerebral.
Em resumo isso quer dizer que, do ponto onde estamos até 4 ou 5 metros existe um campo magnético gerado pelo nosso coração que permite que o coração “pense” e se comunique com o cérebro e o restante do corpo. O estado de coerência acontece quando os campos magnéticos do coração e cérebro entram em “sintonia” e até onde sei é um patamar muito difícil de se alcançar, tendo que ser praticamente um buda para atingir 6 minutos desse êxtase.
Dito isto, entendo que intuição não me parece apenas um processo mental, mas também um processo emocional, que pode ser influenciado pela nossa conexão com o coração e o mundo ao nosso redor.
O Coração Chega Antes, não apenas como um órgão físico, mas como um centro de sabedoria e intuição. Ele é parte integrante de nossa jornada de autodescoberta e conexão com o mundo. Portanto, talvez seja hora de olharmos para dentro, para o nosso coração, e reconhecermos que a intuição é, de fato, um sentido apurado de conexão. Afinal, a gente chega antes, é com o coração.
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