É muito provável que você, ou alguém do seu convívio próximo, tenha sentido algum problema respiratório nas últimas semanas.

Enfrentamos nesse período um aumento de casos de COVID, influenza e amigdalite, além de outros quadros infecciosos causados por vírus e bactérias. Para os adultos, ainda que desagradáveis, esses quadros costumam ter pouca repercussão, mas precisamos olhar com atenção para os recém-nascidos e crianças na primeira infância, que ainda não têm seu sistema imunológico consolidado – para eles, um problema respiratório pode ser potencialmente grave.

Vamos citar um vírus (o vírus respiratório sincicial – VRS) e uma bactéria (bordetella pertussis), causadores respectivamente da bronquiolite e da coqueluche, como exemplo de duas doenças que podem ter um desfecho desfavorável, e já poderiam ser prevenidas. Como?

Nesse ano, a ANVISA aprovou a aplicação de duas novas vacinas. Conhecida como Abrysio, do laboratório Pfizer, a primeira é indicada para idosos e gestantes entre 24 e 36 semanas (em gestantes, a vacinação protege os recém-nascidos durante os primeiros seis meses de vida). A segunda, Arexvy (GSK), é destinada a idosos (60 anos ou mais), sendo a primeira vacina aprovada especificamente para esse grupo, ajudando a prevenir infecções respiratórias graves causadas pelo VRS.

A vacina contra o vírus respiratório sincicial (VRS) é uma novidade recente na área da saúde, especialmente importante para proteger bebês, idosos e pessoas com condições de saúde crônicas, que são mais vulneráveis a complicações respiratórias graves. O VRS é uma das principais causas de infecções respiratórias, como bronquiolite e pneumonia, em crianças pequenas. A vacina Abryvso está comercialmente desde final de setembro em clínicas de imunização particulares. A Arexyy já se encontra disponível.

Existem vacinas desenvolvidas tanto para adultos quanto para bebês. Nos bebês, a proteção pode ser fornecida por meio de anticorpos monoclonais (como o nirsevimabe), que são administrados para prevenir infecções. Para adultos, especialmente idosos, a vacina pode ajudar a reduzir a gravidade dos sintomas e evitar hospitalizações.

Existe também um anticorpo monoclonal (Nirsevimabe-Beyfortus) indicado para recém-nascidos e lactentes no primeiro ano de vida. Embora tecnicamente não seja uma vacina tradicional, fornece proteção contra o VRS durante a temporada de maior risco.

Essas vacinas são importantes para reduzir a carga de doenças respiratórias causadas pelo VRS, principalmente em populações vulneráveis. A segurança da vacina foi avaliada em estudos clínicos e, até o momento, os efeitos colaterais mais comuns são leves, como dor no local da aplicação, fadiga e febre.

A coqueluche, também conhecida como tosse comprida, é uma infecção respiratória altamente contagiosa causada pela bactéria Bordetella pertussis. No Brasil, ela ainda é um problema de saúde pública, especialmente para bebês e crianças pequenas, que são mais vulneráveis a complicações graves. Bebês menores de seis meses, que ainda não completaram o esquema vacinal, são os mais afetados. Adolescentes e adultos também podem contrair e transmitir a doença, mesmo que apresentem sintomas mais leves. A vacina contra a coqueluche é parte da vacina tríplice bacteriana (DTP), que protege contra difteria, tétano e coqueluche. O esquema vacinal inclui doses aos 2, 4 e 6 meses, com reforços aos 15 meses e aos 4 anos. A vacina dTpa (tríplice acelular) é recomendada para gestantes, a partir de 20 e até 36 semanas de gestação, para proteger os bebês nos primeiros meses de vida.

Além das vacinas, é muito importante também abordamos medidas preventivas, que são relativamente simples e podem ajudar a evitar várias infecções respiratórias ou gastrointestinais. É essencial proteger bebês de infecções respiratórias, especialmente nos primeiros meses de vida, pois o sistema imunológico deles ainda está em desenvolvimento. Aqui estão algumas medidas eficazes:

1. Amamentação – o leite materno oferece anticorpos e fortalece o sistema imunológico do bebê, ajudando a protegê-lo contra várias infecções.

2. Higiene das mãos – lavar as mãos com frequência ou usar álcool em gel, especialmente antes de segurar o bebê.

3. Evitar contato com pessoas doentes – procure limitar visitas, especialmente durante a temporada de gripe e VRS. Evite também levar o bebê a locais muito frequentados, como shoppings e creches, nas primeiras semanas de vida.

4. Ambiente livre de fumaça – manter o ambiente livre de fumaça de cigarro, pois isso aumenta o risco de infecções respiratórias.

5. Higienização do ambiente – faça limpeza regular, desinfetando superfícies e objetos que o bebê toca frequentemente. Procure manter o ambiente bem ventilado e arejado.

6. Cuidado com a limpeza nasal do bebê e respiração.

7. Uso de máscaras e cuidados com a roupa – Adultos ou crianças com sintomas respiratórios e que tenham contato com o bebê devem usar máscara e trocar de roupas ao chegar em casa, especialmente se estiveram em ambientes movimentados.

 

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da IstoÉ