Durante a COP 30, que acontecerá em Belém entre os dias 10 e 21 de novembro, a ONU Mulheres e o Instituto Kaschak irão lançar o Gender Equality and Climate Policy Scorecard, uma ferramenta que mede como os países estão incorporando a igualdade de gênero em suas políticas climáticas.
A iniciativa oferece o primeiro quadro de referência internacional capaz de avaliar a presença, ou ausência, da perspectiva de gênero nas NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas), que orientam os compromissos de cada nação no cumprimento do Acordo de Paris.
Na primeira edição, o Scorecard avaliou 32 NDCs apresentadas até setembro de 2025 por meio de seis tópicos principais:
- segurança econômica;
- trabalho de cuidado não remunerado;
- saúde;
- violência de gênero;
- participação e liderança das mulheres;
- e transversalização de gênero nas políticas públicas.
Resultados da igualdade de gênero na ação climática
Dos países analisados, 26 mencionam algum compromisso com a igualdade de gênero, mas apenas dez apresentam abordagens realmente amplas, com ações em cinco ou seis das áreas avaliadas. A maior parte das medidas se concentra em adaptação (38%) e políticas transversais (36%), enquanto mitigação (23%) e perdas e danos (3%) ainda aparecem em menor instância.
A segurança econômica das mulheres é o tema mais presente, com propostas para ampliar o acesso a empregos verdes, tecnologias e financiamento climático. Já áreas como violência de gênero e saúde seguem sub-representadas.
Além disso, segundo o relatório, poucos países destinam orçamentos específicos para políticas de gênero, e muitas iniciativas ainda dependem de cooperação internacional. Porém, de acordo com a ferramenta, cerca de 45% dos países já incluem seus mecanismos nacionais de políticas para mulheres.
O Scorecard será apresentado oficialmente no evento “Ação climática com perspectiva de gênero: acelerando a implementação do Acordo de Paris”, no pavilhão do Governo da Libéria, no dia 20 de novembro.