Apesar de nunca saber como vou acordar, se estarei feliz ou triste, disposta ou com um pouquinho de preguiça, dou de presente ao meu corpo – o que para muitos é uma “tortura” – levantar às 5h30min da manhã. Organizo minha rotina de forma disciplinada e contando com os contratempos que podem acontecer ao longo do dia. Mas nem sempre foi assim… 

Quando fiz 10 anos, em 1996, comecei a entender que meu corpo precisava se movimentar e ser cuidado. Apesar dos meus pais serem da área da saúde, naquela época não existia Wi-Fi, não havia muito apelo à prática de atividades físicas e um saco de biscoitos recheados não era um bicho de sete cabeças. Cresci comendo macarrão instantâneo, panelas de brigadeiro, queijo derretido no microondas com ketchupe à vontade.

As informações sobre saúde eram estampadas em capas de grandes revistas com promessas de se perder “10 quilos em uma semana”, fosse com a dieta da luz, do gelo ou da banana. Eram outros tempos, mas a motivação por buscar uma vida melhor, mesmo sem saber como, sempre esteve latente na minha alma e no meu ser. 

Por ser uma menina totalmente introvertida e com dificuldades de comunicação, busquei formas de extravasar. Com a corrida, liberava todas as emoções que ficavam engasgadas em minha garganta; e com as lutas, jiu-jitsu e capoeira, aprendi a competir e a lidar com as frustrações.

Eu, Paola, mãe, esposa, profissional
Eu, Paola, mãe, esposa, profissional (Créditos: Paola Machado)

À medida em que fui crescendo e amadurecendo, comecei a me interessar sobre os temas relacionados à nutrição, exercício, saúde e bem-estar geral. Até que me descobri, aos 17 anos, na vida de Profissional de Educação Física. Ingressei na universidade e mergulhei no mundo científico, realizando iniciação científica, mestrado e doutorado em Ciências da Saúde na Universidade Federal de São Paulo. 

No meio desse turbilhão de aprendizado engravidei do meu primeiro filho, Nicolas, quando tinha 22 anos, e logo depois da minha filha, Lorena, aos 25 anos. Em 2016, descobri que sofro de uma osteocondrite nas costelas chamada Síndrome de Tietze, e de tempos em tempos sofro com crises de dores crônicas absurdas. Para “ajudar” um pouco mais, em 2018, tive que realizar uma tireoidectomia total e sofro as consequências dessa cirurgia.

Trago esses relatos, pois, assim como a de vocês, também a vida de um profissional da área de saúde pode ser inconstante, imperfeita, com seus altos e baixos, com seus problemas. Independente da causa e consequência, da percepção da intensidade desses acontecimentos e como, emocionalmente, lidamos com essas etapas, sempre temos algumas opções, dentre elas: nos apoiar nas nossas fragilidades e evidenciá-

Eu, Paola, mãe, esposa, profissional
Eu, Paola, mãe, esposa, profissional (Créditos: Paola Machado)

las, ou nos superarmos (não pelos os outros e sim para nós mesmos) e buscar a nossa felicidade. 

Eu, Paola, mãe, esposa, profissional e uma mulher que vive nessa correria das multifunções: preferi buscar minha independência, minha felicidade e força, dentro das minhas fragilidades.

Sou como vocês, voltada para a minha saúde, buscando a disciplina,  olhando o “meu nado” e tentando melhorar como ser.  Estarei aqui toda semana, com relatos reais e textos que abordam temas gerais de saúde no nosso dia a dia – sempre com o pé no chão, procurando focar nas metas que podemos atingir.

 

*O conteúdo dessa matéria tem caráter informativo e não substitui a avaliação de Profissionais da Saúde.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.