No episódio de hoje, tive a honra e alegria de receber a psicóloga Priscilla Souza, graduada pela Unesp Bauru, sexóloga e pós graduada em psicologia clínica comportamental. Durante o episódio ela conta como são suas sessões usando essa área da psicologia para enfrentar os problemas que muitos pacientes levam sobre sexualidade e a deficiência, seja ela física ou mental. Além de abordar momentos íntimos de superação que passou ao lado de amigos e familiares.
Priscilla Souza nasceu em 1976 em São João da Boa Vista, interior de São Paulo, com amiotrofia neuromuscular deficiência que causa diminuição de força física na pessoa. Afirma que quando mais nova precisou de ajuda para se locomover e realizar suas tarefas, o que nunca foi motivo de vergonha nem empecilho para se desenvolver e construir uma vida e uma carreira de sucesso.
“Na terapia comportamental existe um vínculo com o terapeuta, um processo de autoconhecimento… Tem muita gente que chega na sessão muito fragilizado, e por me verem como mulher PcD, tem uma aproximação mais rápida. Eu não sou perfeita e partindo desse princípio as pessoas abaixam a guarda com mais facilidade pra falar de si”, diz Priscilla sobre como seus pacientes reagem ao vê-la como psicóloga e não só PcD.
A doutora reforça como a sexualidade é uma questão nas sessões, já que acaba trabalhando essa parte com a maioria de seus pacientes “a sexualidade não trata apenas de sexo, ela está presente em um contexto de autoestima, de relacionamentos, então sempre caímos nesse assunto” afirma. Priscilla entende como tratar pessoas em situações semelhantes a sua e percebe uma empatia maior por parte dos pacientes por já saberem das dificuldades enfrentadas por ela.
Em outro momento a convidada conta para Luciana como foram algumas dessas dificuldades enfrentadas: “Desde que eu nasci eu sou assim, e você se habitua tanto com os olhares que recebe, que hoje não fazem diferença. Eu só me lembro desses incômodos quando estou com outras pessoas, porque quando estão comigo sempre questionam ‘por que as pessoas olham tanto pra gente?'”
Mesmo com esses momentos, a psicóloga explica que o que realmente dói são os olhares de julgamento, não mais os de piedade. As pessoas ainda julgam pessoas com deficiência que frequentam espaços, shows, bares… Por esse motivo ela acredita que tratar pessoas que tenham qualquer relação de estiga que precisa ser pontuado na psicologia é o ideal.
O podcast é produzido pela Axon Content em distribuição com a OLA PODCASTS e parceria com a arquiteta Cris Moura, EcoSimple e Armazém Decoração Afetiva.
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