Protagonistas femininas em destaque: 11 livros para meninas leitoras

Seleção traz livros com personagens femininas diversas, que ampliam as possibilidades de representação para crianças em formação

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Títulos infantojuvenis com personagens femininas diversas ajudam a estimular o gosto pela leitura e a construção da identidade Foto: Unsplash

Obras com protagonistas femininas têm conquistado cada vez mais espaço no mercado editorial e são fundamentais para ampliar as representações de gênero desde a infância. Segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil 2024, realizada pelo Instituto Pró-Livro, a faixa etária com maior concentração de leitores é de 11 a 13 anos, com cerca de 52% mantendo o hábito da leitura. Por isso, essa fase é essencial não só para a formação de leitores, mas também para apresentar exemplos femininos que inspirem coragem, criatividade e liberdade.

A seguir, uma seleção de obras infantojuvenis protagonizadas por meninas e jovens mulheres em contextos variados. De clássicos da literatura a lançamentos recentes, os títulos abordam temas como autonomia, igualdade de gênero, identidade e direitos sociais, convidando as leitoras a refletirem sobre seus papéis no mundo.

“Coisa de Menina”, de Pri Ferrari (Companhia das Letrinhas, 2016)

Voltado para o público infantil, o livro apresenta diferentes meninas em profissões tradicionalmente associadas a homens, como cientista, astronauta ou engenheira. Por meio de ilustrações e frases curtas, a autora propõe uma reflexão sobre liberdade de escolha, igualdade de oportunidades e quebra de estereótipos de gênero desde a infância.

“Histórias de Ninar para Garotas Rebeldes: 100 Mulheres Brasileiras Extraordinárias” (Outro Planeta, 2023)

Coletânea com cem perfis biográficos de mulheres brasileiras que se destacaram em áreas como ciência, arte, política e esportes. Entre os nomes apresentados estão Tarsila do Amaral, Nise da Silveira, Conceição Evaristo e Márcia Barbosa. Com ilustrações feitas por artistas de diferentes regiões do Brasil, o livro oferece um panorama diverso de trajetórias femininas ao longo da história.

Alice no país das maravilhas, Lewis Carroll (Clássicos Zahar, 2010)

Publicado originalmente em 1865, o clássico acompanha Alice, uma menina que, ao seguir um coelho branco, entra em um mundo fantástico e repleto de personagens inusitados. Ao longo da narrativa, ela precisa lidar com situações absurdas e tomar decisões por conta própria. A obra convida o leitor a refletir sobre identidade, lógica e autonomia.

Princesas em greve, Thais Linhares (Editora Cortez, 2019)

Nesta narrativa, personagens inspiradas em princesas tradicionais se reúnem para reivindicar seus direitos. Elas questionam a divisão de papéis entre gêneros, reivindicam liberdade de escolha e criticam padrões estéticos impostos. Com linguagem acessível, o livro propõe discussões sobre equidade, diversidade e empoderamento feminino.

Matilda, de Roald Dahl (Galera Junior, 2022)

Matilda é uma menina com inteligência acima da média e grande interesse pela leitura, mas que vive em um ambiente familiar que ignora seu potencial. A personagem encontra apoio em uma professora e passa a enfrentar figuras autoritárias em sua vida escolar. O livro aborda temas como autonomia intelectual, injustiça e superação.

“Sejamos todos feministas: versão adaptada para jovens”, de Chimamanda Ngozi Adichie e Aju Paraguassu (Companhia das Letrinhas, 2021)

Versão ilustrada e adaptada do ensaio original da autora nigeriana, voltada ao público jovem. A obra apresenta conceitos básicos do feminismo e discute desigualdades de gênero a partir de vivências pessoais da autora. A linguagem foi ajustada para facilitar o diálogo com leitores em fase escolar.

Toda Mafalda, Quino (Martins Fontes, 2010)

Reunião completa das tirinhas da personagem Mafalda, criada pelo cartunista argentino Quino nos anos 1960. A menina é curiosa, crítica e observadora, e levanta questões sobre política, sociedade e direitos humanos. Embora tenha sido criada há décadas, a personagem continua atual e estimula o pensamento crítico entre leitores jovens.

As lendas de Dandara, de Jarid Arraes e Ariane Freitas (Editora de Cultura, 2022)

Neste romance infantojuvenil, a autora reconta a trajetória de Dandara dos Palmares, figura histórica ligada à resistência negra no período colonial. A narrativa é inspirada na literatura de cordel e apresenta a personagem como uma líder estratégica no Quilombo dos Palmares. O livro convida à reflexão sobre história, ancestralidade e protagonismo feminino negro.

Quem tem medo de dizer não?, de Ruth Rocha, Mariana Massarani (ilustradora) (Editora Salamandra, 2012)

Este livro em versos e rimas traz a história de uma menina que sempre diz “sim” para tudo, por medo de desagradar os outros. Conhecida como “boazinha”, ela vive fazendo coisas que não quer, como comer comidas que detesta ou deixar que as pessoas passem na sua frente na fila. A obra aborda, de forma leve e divertida, a importância de aprender a dizer “não” para preservar o próprio bem-estar e estabelecer limites saudáveis.

As Cientistas – 50 mulheres que mudaram o mundo, de Rachel Ignotofsky (Editora Blucher, 2017)

Em As cientistas, o livro apresenta a trajetória de cinquenta mulheres notáveis que transformaram a ciência, a tecnologia, a engenharia e a matemática ao longo da história. Com uma narrativa acessível e ilustrações, a obra destaca figuras conhecidas, como Marie Curie e Jane Goodall, e outras menos famosas, como Katherine Johnson, que ajudou a levar o homem à Lua. O livro convida à reflexão sobre o protagonismo feminino na ciência e celebra a coragem e dedicação dessas pioneiras que abriram caminhos para novas gerações.

Malala, a menina que queria ir para a escola, de Adriana Carranca (Companhia das Letrinhas, 2015)

Neste livro, a jornalista Adriana Carranca narra a história de Malala Yousafzai, que lutou pelo direito de estudar em uma região dominada pelo Talibã. Criada no vale do Swat, ela enfrentou o medo e a violência para defender a educação feminina. Após sobreviver a um atentado, Malala se tornou a mais jovem ganhadora do Nobel da Paz e um símbolo global de coragem e resistência.