Meu convidado de hoje é o artista plástico Duda Penteado.
Um ARTIVISTA que vive entre os Estados Unidos e o Brasil há quase 30 anos, realizando performances, vídeos, instalações, murais, esculturas, pinturas e outras práticas plásticas que carrega temas significativos e atuais, voltados a paz, globalização, diáspora, dupla nacionalidade, injustiça social, identidade cultural .
Duda dá início a esta conversa explicando um pouco mais sobre o que é ser ARTIVISTA:
“O artivismo na verdade de uma forma simples, é a junção de duas palavras né: arte e ativismo. Um combinada muito legal que na verdade representa a essência, é de um artista que não pensa apenas na obra de arte, ele pensa no contexto, no ecossistema de como a arte funciona dentro do contexto sociopolítico cultural”
Na tentativa de entender sobre como a mente de um artista, ou melhor, artivista funciona, comentamos sobre seus projetos no exterior, e de forma inusitada Duda nos conta sobre uma de suas viradas na arte quando presenciou os ataques de 11 de setembro:
“Na virada do milênio, eu vi a olho nu as torres caindo (…) Pra mim aquilo foi muito profundo, muito extintivo, e no momento de digerir o que estava acontecendo, eu não sei como imagem da pintura de Pablo Picasso, ‘Guernica’, veio na minha mente”
Um tempo depois, Duda descobre que ele precisava pegar essa obra de Picasso e fazia uma obra relacionada com as torres.
“Esse impacto foi tão grande pra mim, que foi a única obra que eu consegui fazer um desenho completo foi essa (…) Eu trabalho com coisas muito intuitivas, pesquiso elementos, sobre as coisas e produzo a arte, mas esse eu realmente comecei e terminei” Completa o artista plástico.
Processo criativo e a mente humana
Duda também nos conta sobre como foi trabalhar com o professor Dalton de Luca, amigo do seu tio arquiteto, Hélio Penteado, que trabalhou com o Ruy Ohtake e depois com Oscar Niemeyer, e seu aprendizado com o curso “Desenhando com o lado direito do cérebro”:
“A mente e a memória se confundem, nesse curso eles falavam que íamos reorganizar nosso espaço de uma forma intuitiva, e eu aprendi uma coisa muito legal, eu trabalho com muitos projetos ao mesmo tempo, e o que que eu faço, eu trabalho por um exemplo em tela, com várias ao mesmo tempo, eu tenho elas em alinhadas, e vou andando de uma pra outra, porque a mente precisa de um descanso. Se você ficar só em um trabalho, vai chegar uma hora e você não sabe que cor usar. Então eu comecei a aprender como a mente trabalhava em seu potencial.
Não é novidade que o cérebro humano tem duas partes: lado direito, que representa o lado criativo, e o esquerdo, o lado racional. E na parte dois, exploraremos muito mais sobre o lado criativo e a mente humana dos artistas plásticos com Duda Penteado, que vai ao ar na semana que vem.
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