No episódio desta semana recebo, Dra Cristiane Coracini Morandin,médica formada pela UNIFENAS , residência médica em ginecologia e obstetrícia, e em ultrassonografia na PUC. Pós-graduada em nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia, e em medicina integrativa pela Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein.

Atende na clínica Morandin há 18 anos, e pacientes de todo o Brasil e brasileiros que moram no exterior de maneira remota, criadora do método SEEI, que vem aplicando há alguns anos na vida e com os pacientes, com resultados impactantes.

Seu grande divisor de águas, foi enquanto médica se tornou  paciente . 

Cris possui duas doenças auto imunes, a última diagnosticada há quase 13 anos,esclerose sistêmica, sendo rara e grave que enfrentou junto com a agravante menopausa precoce aos 38 anos,desenvolvida por conta do tratamento da esclerose sistêmica.

Seus dois diagnósticos vieram entre a maternidade, o primeiro logo após ser mãe pela primeira vez, e o segundo foi descoberto com 4 meses de gestação, tendo que adiar o tratamento por conta dos riscos que os remédios trariam para o feto.

Quando ela teve os papéis invertidos, compreendeu melhor a dor do outro e a grande necessidade da empatia e da forma integrada e não fragmentada de atendimento na medicina.

Foi assim que criou o método SEEI, que vem aplicando há alguns anos na vida e com os pacientes, com resultados impactantes:

“Diante de todos esses anos de estudo eu comecei entender o que pode afetar, não só as doenças autoimunes como todas as doenças que estão em nosso corpo, eu falo o que é saúde? Saúde é o bem estar completo, físico, mental e social, e não somente a ausência de saúde.”

Esse método é baseado nos pilares de saúde (sono,exercício, estresse, intestino), sendo ajustados de maneira minuciosa para cada paciente, de acordo com anamnese e exames clínicos, tendo em vista também a suplementação de vitaminas e antioxidantes de maneira individualizada quando necessário, alimentação e avaliação hormonal.

O método SEEI também aborda longevidade que está diretamente relacionada aos telômeros. Essas são estruturas localizadas na extremidade dos cromossomos, que protegem o DNA. A cada divisão celular, os telômeros ficam menores e quando ficam muito pequenos, a célula para de se dividir.

Em 2009, três pesquisadores ganharam o prêmio Nobel da Medicina por terem descoberto a sequência genética que forma o telômero e a telomerase, enzima responsável por reconstruir o telômero em cada divisão.

A ciência já comprovou que esses pilares do método aumentam a telomerase, retardandando o encurtamento dos telômeros . 

Sono adequado:

-Dormir pelo menos 7 horas

– praticar exercícios regulares

-alimentação saudável ( rica em antioxidantes , gorduras boas e fibras)

– técnicas de meditação e relaxamento (Yoga, mindfulness)

Um estudo mostrou que 3 meses de mindfulness aumentou a telomerase em 17 %.

A saúde intestinal é fundamental para a absorção de nutrientes, sendo muito importante alimentos prebióticos e probióticos e avaliação das intolerâncias alimentares.

SEEI:

Sono:

Temos 5 ciclos de sono de 90 min cada, sendo na primeira metade o domínio do sono NREM profundo, responsável por depurar e remover conexões neurais desnecessárias. No estágio 4 do sono profundo NREM, ocorrem os picos de liberação do GH e leptina e o cortisol também começa a ser liberado para atingir o pico de manhã. 

Na segunda metade ocorre o domínio do sono REM que fortalece conexões e memória, as alterações do sono aumentam o risco de doenças cardiovasculares,  câncer, já que a privação do sono diminui os macrófagos que ajudam a combater as células que promovem o crescimento do câncer, diabetes, doenças auto imunes.

É essencial para a regulação do apetite: estudos indicam que a redução do sono aumenta a razão dos hormônios grelina/leptina, gerando o aumento do apetite e fome.

Uma noite adequada de sono além de todos os benefícios preventivos melhora a função cognitiva e síntese de proteínas com aumento das fibras musculares.Quando não dormimos bem a microbiota intestinal também sofre, ocorrendo aumento dos firmicutes e grande redução dos bacteroides, sendo que o super crescimento dos formações está relacionado a inflamação é ao maior risco de obesidade.

Alterações hormonais como: estrogênio, progesterona, testosterona, cortisol, insulina, melatonina afetam o ciclo sono.

O GH tem seu pico de produção no sono profundo, sendo responsável pelo crescimento das crianças, aumento da massa muscular em adultos e até mesmo a renovação das células da pele.

A melatonina é um hormônio produzido naturalmente pela glândula pineal quando anoitece, em resposta ao escuro, regulando o relógio biológico.

Adenosina: resulta da queima de energia pelo corpo durante o dia, se acumulando durante o dia, produzindo a sensação de cansaço, responsável pela nossa reação de entendermos que é hora de dormir.

Serotonina: Atua em diversas funções do corpo.

Exercício físico: 

A atividade física tem inúmeros benefícios e é essencial para a saúde. Durante o exercício são produzidos muitos hormônios importantes, como GH,TSH, adrenalina, endorfinas, serotonina, insulina, testosterona.  Aumenta a telomerase e diminui o risco de várias doenças, assim como melhora da massa magra e diminuição do tecido adiposo.

Estresse:

 O estresse crônico aumenta níveis de cortisol e adrenalina, aumentando o risco de doenças variadas como câncer, doenças gastrointestinais, cardiovasculares, depressão, ansiedade, disfunções sexuais e diminuição da imunidade. Também diminui a produção de melatonina que é importante para o sono, e também potente antioxidante e provoca o encurtamento mais rápido dos telômeros, com menor longevidade.

Intestino: 

Nosso segundo cérebro, o sistema digestivo, apresenta um sistema nervoso próprio, chamado de sistema nervoso entérico. Há mais de 500 milhões de neurônios no intestino, 100 trilhões de bactérias. 

Neurotransmissores importantes como a serotonina são produzidos no intestino.

A microbiota intestinal é essencial para manter o corpo saudável. Quando existem alterações nas relações desta microbiota, pode haver o desenvolvimento de diversas  doenças e a auto imunidade está diretamente relacionada a essas alterações. 

85% da imunidade está no trato digestivo. 

Dieta pró inflamatória, como alimentos ricos em açúcar, glúten, leite, lectinas resultam em disbiose intestinal, acarretando um aumento da permeabilidade intestinal, que faz com que a mucosa intestinal deixe passar mais do que água e nutrientes, ocorrendo uma espécie de “vazamento “, fazendo com que outras substâncias, como proteínas, antígenos, bactérias entrem na corrente sanguínea desencadeando uma resposta inflamatória e auto imune.

Essa alteração da permeabilidade intestinal pode ser o gatilho para o desenvolvimento das doenças auto imunes e o seu tratamento com dieta adequada, avaliação das intolerâncias alimentares, suplementos, controle de infecções, estresse e eliminação de toxinas, pode ser o caminho do controle e remissão da doença.

Assista esse episódio completo e saiba muito mais.