Sanae Takaichi, ex-ministra e apresentadora de TV, foi eleita líder do PLD (Partido Liberal Democrata) no sábado (4), tornando-se a primeira mulher a comandar o partido que governa o Japão há quase sete décadas.
Em um contexto no qual o Japão ocupa a 118° posição entre 148 países no índice de Diferença de Gênero do Fórum Econômico Mundial, caso seja confirmada pelo Parlamento em 15 de outubro, Takaichi entrará para a história como a primeira mulher a chefiar o governo japonês.
Nascida em 1961 na província de Nara, Takaichi formou-se em Administração de Empresas pela Universidade de Kobe e iniciou sua carreira como radialista e autora, antes de ingressar na política. Eleita pela primeira vez para a Câmara dos Representantes em 1993, filiou-se ao PLD três anos depois e, desde então, ocupou cargos como ministra de Assuntos Internos e Comunicações, ministra de Segurança Econômica e ministra do Comércio e Indústria.
Aliada da ala mais conservadora do partido e próxima do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, sua jornada política não foi simples. Após perder sua primeira eleição em 1992, persistiu e foi eleita no ano seguinte. Concorrente à liderança do PLD por três vezes, só conseguiu vencer em 2025, derrotando Shinjirō Koizumi no segundo turno com 54% dos votos.
Takaichi se destaca como voz conservadora no país e tem posições polêmicas: é contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, defende que casais mantenham o mesmo sobrenome após o matrimônio e acredita que a sucessão imperial deve ser exclusivamente masculina. “Meu objetivo é me tornar a Dama de Ferro”, disse ela a um grupo de crianças durante a campanha, em referência à ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher.
Apesar do perfil rígido, Takaichi também mostra atenção às questões sociais. Durante a campanha, destacou a importância de serviços de creche e apoio à carreira de mulheres. “Quero criar uma sociedade onde as pessoas não precisem desistir de suas carreiras”, afirmou durante a disputa.