Quase 500 companhias pelo mundo já estão testando a semana de 4 dias de trabalho. A ideia está ganhando força no Brasil, mas anda é cedo para prever sua implementação generalizada. No entanto, a discussão sobre a qualidade de vida dos trabalhadores e a eficiência das empresas vêm dando passos importantes nas últimas semanas.

Cerca de 20 empresas brasileiras aderiram ao projeto-piloto da semana de quatro dias. A iniciativa começou em setembro e seguirá até dezembro sob a fase de planejamento, período em que as companhias vão decidir o formato em que o programa será ofertado.

Essa fase de planejamento se refere ao mapeamento dos processos e das oportunidades de melhorar a produtividade, de forma que os colaboradores sejam até mais produtivos em 4 dias do que em 5 – não se trata apenas de deixar de trabalhar um dia da semana, mas sim de reorganizar processos e controles para que isso aconteça.

A gestão do movimento é da 4-Day Week Global, uma comunidade sem fins lucrativos que conta com apoio da Reconnect Hapiness at Work para realização do experimento no Brasil.

Nos últimos anos, o debate sobre a implementação de uma semana de trabalho de apenas quatro dias tem ganhado destaque no Brasil. Com base em experiências bem-sucedidas em outros países e a crescente preocupação com a qualidade de vida dos trabalhadores, essa ideia está ganhando espaço nas discussões sobre o futuro do mercado de trabalho no país.

O cenário atual da jornada de trabalho no Brasil é conhecido por suas longas horas, com a maioria dos trabalhadores cumprindo uma semana de trabalho de cinco dias, muitas vezes estendendo-se além das oito horas diárias. No entanto, especialistas em saúde e produtividade argumentam que essa rotina intensiva pode ter efeitos prejudiciais tanto para os indivíduos quanto para as empresas.

Um dos principais argumentos a favor de uma semana de trabalho de quatro dias é o potencial impacto positivo na saúde dos trabalhadores. Menos horas de trabalho podem resultar em menos estresse, mais tempo para o lazer e o descanso, além de permitir um melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal.

Além disso, estudos em países que já implementaram semanas de trabalho mais curtas, como a Islândia, mostraram que a produtividade pode realmente aumentar em um período de tempo mais curto. Os funcionários relatam se sentir mais motivados e focados durante o tempo de trabalho reduzido, o que pode levar a ganhos significativos em eficiência e resultados para as empresas.

Apesar dos benefícios potenciais, a transição para uma semana de trabalho de quatro dias não seria isenta de desafios. Setores que dependem de operações contínuas, como a saúde e a segurança pública, precisariam de estratégias de escalonamento e contratações adicionais para manter a prestação de serviços ininterrupta.

Além disso, a negociação de acordos trabalhistas e a adaptação de políticas empresariais seriam necessárias para acomodar essa mudança. Questões como a remuneração e os direitos dos trabalhadores durante essa semana mais curta precisariam ser abordadas com cuidado.
Na minha opinião, não se pode relacionar produtividade com carga horária de trabalho, não é sobre o tempo que você fica na empresa, mas sim sobre o que você faz no tempo em que está na empresa, portanto faz todo o sentido ter profissionais mais engajados e produtivos, bem remunerados e com mais qualidade de vida!

O Brasil está diante de uma decisão importante sobre como pretende encarar o trabalho no século XXI e qual legado deseja deixar para as gerações futuras.

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.