Sicredi e IFC firmam acordo de US$250 milhões para fortalecer empreendedoras

Recurso será destinado a micro e pequenas empresas, principalmente femininas, com foco em inclusão financeira e fortalecimento da economia local na Amazônia Legal

Envato
Fundo pretende promover empreendedoras na região da Amazônia Legal Foto: Envato

O Sicredi vai captar até US$250 milhões junto ao IFC (International Finance Corporation), braço do Banco Mundial para o setor privado, em uma operação inédita voltada ao fortalecimento do empreendedorismo feminino. O acordo tem como meta ampliar o acesso a crédito para micro e pequenas empresas com foco em  lideranças femininas e comunidades desassistidas na Amazônia Legal. Com informações do Valor Econômico. 

O projeto começa com US$100 milhões provenientes da própria IFC, que podem chegar a US$150 milhões, e receber até US$100 milhões adicionais de investidores internacionais. A iniciativa vai além da oferta de financiamento: também inclui consultoria para a criação de um modelo de negócios com foco em gênero, adaptado à realidade da Amazônia Legal, correspndendo aos territórios do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e uma parte do estado do Maranhão. 

Para Alexandre Barbosa, diretor de Sustentabilidade, Administração e Finanças do Sicredi, o programa não se limita a disponibilizar crédito. “Queremos gerar impacto positivo por meio do fortalecimento da atividade econômica, especialmente em comunidades que historicamente têm menos acesso a financiamento”, afirmou para o Valor.

Apesar de representarem uma parcela crescente no mercado empreendedor, as mulheres ainda enfrentam barreiras significativas no acesso a crédito. Segundo o Sebrae, são mais de 720 mil empreendedoras na região Norte, sendo 376 mil no Pará. O índice de empreendedorismo feminino inicial na região é de 20,8%, acima da média nacional de 17,5%. Ainda assim, dados da Abstartups (Associação Brasileira de Startups) apontam que apenas 10% das startups em funcionamento fundadas no Norte pertencem a mulheres, enquanto o percentual nacional é de 20%.

Manuel Reyes Retana, diretor da IFC para a América do Sul, destacou que a iniciativa une desenvolvimento inclusivo e práticas de finanças sustentáveis, abrindo caminho para que mais mulheres consolidem seus negócios e aumentem sua participação no mercado.