adoção

Não é a primeira vez que a adoção é apontada como solução para a manutenção da gestação, afastando-se a possibilidade de aborto, em caso de estupro. Violências não podem ser justificativa para novas violências. E violência sexual não deve ser vista como uma solução mágica para atender o desejo de postulantes à adoção, que aguardam pela chegada de filhos ainda bebês.

No mês em que se comemora o dia nacional da adoção, pesquisas recentes mostram que mais de 36 mil pessoas estão habilitadas para adotar, enquanto cerca de 4.500 crianças e adolescentes aguardam por uma família: então por que a conta ainda não fecha? Entenda os desafios do processo em nosso país.

Terei mesmo que falar sobre adoção com meus filhos, mesmo que tenham chegado bebês? Muitos gostariam de “apagar” tudo o que foi vivido antes, mas seria possível?

A recente declaração da cantora Jojo Todynho, manifestando seu desejo de adotar um menino que conheceu em Angola, desperta a reflexão sobre os critérios para a adoção, e os direitos que teríamos de adotar uma criança pobre pelo fato de termos nos apaixonado por ela.

Vai ser mágico, terei certeza de que é meu filho logo que bater o olho nele! Se você cultiva essas fantasias, cuidado – nem sempre o encantamento acontece à primeira vista. Podemos sentir medo, ansiedade, e nos tornarmos mães competentes e amorosas.

O seriado americano ainda é o mais lembrado quando falamos sobre o assunto – não reflete exatamente a realidade, mas nos aproxima do universo das 35 mil pessoas ou casais habilitados para a adoção no Brasil.

Ao adotar uma criança, ela passou a ser mãe branca de um menino negro – e desconstruiu verdades absolutas, como a de que o racismo é problema de preto. Racismo é criação e problema de branco