A partir da próxima semana, as passageiras da Uber de Lisboa, em Portugal, poderão optar ser transportadas apenas por motoristas mulheres — e motoristas também terão a opção de aceitar apenas passageiras. A iniciativa busca tornar a experiência mais confortável e atrair mais mulheres ao aplicativo.
O recurso, batizado de Women Drivers, será testado inicialmente em Lisboa numa fase-piloto, já disponível na próxima semana na plataforma da Uber. Sem custos adicionais, a função pode ser ativada e desativada a qualquer momento, e estará acessível diariamente, dependendo do número de motoristas mulheres em atividade.
Segundo a Uber, apenas 9% dos motoristas de TVDE (transporte rodoviário em veículos descaracterizados) em Portugal são mulheres, um reflexo da baixa representatividade feminina no setor. A funcionalidade visa aumentar a autonomia das mulheres e atrair mais condutoras, tornando o trabalho mais flexível e seguro.
O modelo já foi implementado com sucesso em países como França, Alemanha, Polônia, África do Sul, Argentina e Austrália. A empresa avalia expandir a funcionalidade para cidades como Porto, Coimbra, Braga e Faro, de acordo com a adesão no piloto em Lisboa.
A Uber enfatiza que o serviço não cria restrições para homens — tanto passageiros quanto motoristas homens continuam acessando outras modalidades do app. A opção foi posicionada como uma escolha voluntária, sem criar plataformas separadas, o que permite respeitar as leis portuguesas contra discriminação.
A medida acontece após a tentativa frustrada da startup Pinker lançar uma plataforma exclusiva para mulheres, barrada pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) em 2024 por violar normas de não discriminação.