Para você entender de verdade, já comece deixando de lado a crença de que qualquer uma dessas emoções – vaidade, egoísmo ou arrogância – carrega autoamor. Nenhuma delas revela amor por si mesmo! São máscaras que a gente usa para esconder as carências que nos fazem sofrer.

Na maioria das vezes, esse é um processo inconsciente. Primeiro gostaria de explicar que coloco os três sentimentos em um mesmo potinho porque eles carregam a mesma energia.

Vou dar alguns exemplos bem didáticos.

COMO A ARROGÂNCIA NASCE?

Vamos supor que, ao chegar em um lugar e se deparar com uma pessoa próspera e bem-sucedida, você sinta insegurança, mas não queira que a outra pessoa perceba.

Uma atitude comum nesses casos é a pessoa insegura começar a agir com arrogância, nariz empinado, “contando vantagens” para impressionar a outra. Isso é o reflexo de um inconsciente inseguro que precisa usar a máscara da arrogância, para perder o medo e suprir a carência.

Ficou fácil de entender? Então vamos continuar…

O FRUTO DO EGOÍSMO

Com o egoísmo acontece um processo semelhante. Acho interessante refletirmos que, em geral, ninguém nos ensina a amar a nós mesmos em primeiro lugar, de uma forma clara.

“Amar o outro como a si mesmo”, é o que nos ensinam – mas o que isso quer dizer? Pode parecer até que devemos amar o outro antes do que a nós mesmos… É preciso prestar atenção, essa frase diz que temos que amar a nós mesmos em PRIMEIRO lugar, para então conseguirmos amar aos outros.

Esse autoamor precisa ser necessariamente bondoso, respeitoso, solidário e cheio de compaixão. Se temos uma atitude que não vem com essa energia de empatia, então não é autoamor, mas egoísmo.

Vou dar outro exemplo. Imagine que você está ocupada acabando um projeto que precisa entregar no trabalho, e uma amiga liga naquele exato momento pedindo a sua ajuda. Você considera arrogante negar ajuda?

Agir com autoamor e empatia, nesse caso, é dizer:

“Estou vendo que você está triste, mas tenho que terminar um trabalho urgente. Depois que terminar, se não estiver muito cansada, estou disponível para você”.

Isso é muito diferente do que simplesmente falar: “Não posso conversar com você agora”.

É por isso que digo: o autoamor envolve necessariamente empatia pelo outro.

O egoísmo não. O egoísmo não leva você a compreender a dor e a necessidade do outro.

AUTOAMOR COMO NUTRIENTE DAS RELAÇÕES

O autoamor é libertador e atua diretamente na sua relação com as pessoas ao redor. A partir do momento em que você aprende a se respeitar e se colocar em primeiro lugar, automaticamente começa a respeitar mais os outros e a nutrir relações mais saudáveis. É impressionante como muda!

Até porque, algo que a escritora Louise Hay sempre dizia, e eu sou a prova disso: as nossas relações com outras pessoas são um reflexo da nossa relação com a gente mesmo.

Por isso que sempre que alguém me pergunta: “Como eu melhoro a minha relação com o meu marido, com os meus filhos ou no meu trabalho?”, a minha resposta não pode ser diferente dessa: “Melhorando a sua relação com você mesma”.

Se estamos bem com nós mesmos, em uma relação de amor, respeito e aceitação, fica muito mais fácil convivermos bem com os outros. Para hoje, fica a reflexão: egoísmo não é, nunca foi e nem será autoamor. São dois pólos que não se complementam: você não está sendo egoísta ao se colocar em primeiro lugar, ame-se sem culpa.

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.